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Holanda é 1º país da Europa ocidental a retomar restrições para frear novo avanço da Covid

Continente vê aumento de infecções desde o verão; governo determina horário menor a restaurantes e lojas por 3 semanas

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Belo Horizonte

A Holanda se tornou nesta sexta-feira (12) o primeiro país da Europa Ocidental a retomar medidas mais rígidas de isolamento social por causa da Covid desde o começo do verão no Hemisfério Norte. O continente voltou recentemente a ser considerado o epicentro da pandemia no mundo.

O governo anunciou que restaurantes e lojas terão que fechar mais cedo, assim como supermercados e lojas de artigos não essenciais. As regras valem já a partir de sábado (13). O primeiro-ministro Mark Rutte disse que as restrições que os holandeses pensavam que haviam acabado para sempre serão impostas a princípio por três semanas.

"O vírus está em toda a parte e precisa ser combatido em todos os lugares", disse o político, em pronunciamento televisionado. O governo também proibiu a presença de torcedores em grandes eventos esportivos e passou a recomendar que os holandeses não recebam mais do que quatro visitantes em casa e que, se puderem, voltem a trabalhar em esquema de home office.

Policiais tentam conter manifestantes que protestavam contra a retomada de restrições ao comércio na Holanda durante anúncio do premiê Mark Rutte, nesta sexta - Jeroen Jumelet - 12.nov.21/ANP/AFP

Rutte chamou o anúncio de "mensagem muito desagradável, com medidas muito desagradáveis e de longo alcance".

Pelas novas regras, bares e supermercados deverão fechar as portas às 20h, e lojas não essenciais, às 18h. A emissora de televisão EuroNews noticiou que uma organização que representa proprietários de comércio reclamou da decisão. "O setor de serviços está, novamente, pagando a conta pelas falhas das políticas governamentais", declarou a entidade, em comunicado.

Por outro lado, escolas, cinemas, teatros e salas de concerto permanecerão abertos.

De acordo com a agência Reuters, o governo estuda também adotar uma modalidade de "passaporte sanitário", restringindo o acesso de pessoas não vacinadas a locais fechados. A medida, caso o Executivo decida tomá-la, terá que ser aprovada pelo Parlamento.

Enquanto Rutte anunciava o novo pacote de restrições, um grupo de cerca de 100 manifestantes antilockdown se reuniu em frente à sede do governo, em Haia. Pessoas foram detidas por soltar fogos de artifício e atirar objetos contra a polícia, que não especificou o número de prisões. As forças de segurança usaram canhões de água para dispersar o ato.

A Holanda é um dos países que têm convivido com uma piora recente nos números da pandemia. As novas infecções ultrapassaram a marca de 16 mil pelo segundo dia consecutivo nesta sexta, batendo o recorde de 20 de dezembro, quando foram registradas 12.997 infecções. As mortes, por outro lado, se mantêm em índice relativamente baixo, com 32 em 24 horas –o recorde é de 6 de abril, quando registrou-se 232 óbitos.

A alta nas infecções começou com o relaxamento das restrições, no fim de setembro, e tem pressionado hospitais de todo o país, obrigados a reduzir o atendimento a pacientes com outras doenças para tratar quem está com Covid-19.

Segundo dados do governo holandês, 82,4% da população com mais de 12 anos já foi completamente vacinada contra o coronavírus —entre quem tem 18 anos ou mais, o índice vai a 84,4%. Em comparação, no Brasil essas porcentagens são, respectivamente, de 69,3% e 76,1% da população.

O anúncio de restrições vem um dia depois de o painel consultivo para a pandemia do governo holandês recomendar a imposição de um lockdown parcial, com fechamento de teatros e cinemas, suspensão de grandes eventos e diminuição do horário de funcionamento de restaurantes e cafés, segundo a emissora NOS.

A recomendação, no entanto, era de que as medidas valessem por duas semanas, uma a menos do que foi anunciado nesta sexta.

Na última semana, a Holanda já havia voltado a exigir o uso de máscaras em lojas e outros locais públicos e expandiu a lista de locais onde é preciso apresentar um certificado de vacinação ou um teste negativo recente, passando a incluir museus e academias.

Nos últimos dias, outros países europeus também têm registrado aumento em casos da doença, tornando o continente, novamente, o epicentro do vírus no mundo.

Segundo a agência de notícias AFP, os dez países que registraram as maiores acelerações de casos na semana são da Europa: Hungria (aumento de 77%, com 6.600 novos casos por dia), Polônia (+66%, 14.600), Alemanha (+61%, 31.700), Áustria (+57%, 9.600), Croácia (+54%, 5.500), França (+52%, 9.500), Suíça (+49%, 2.900), Itália (+48%, 6.700), Espanha (+48%, 2.900) e Holanda (+42%, 10.900).

Na quinta (11), a Alemanha atingiu o pior patamar desde o começo da crise sanitária e a cifra absoluta de infecções diárias chegou ao recorde de 50.196.

Para frear o avanço, a administração de Berlim, que funciona como um estado independente, adotou regras mais duras contra a doença. Na prática, pessoas não vacinadas serão impedidas de entrar em espaços como restaurantes, cinemas e museus. A expectativa é a de que outras regiões sigam o exemplo.

Nesta sexta, o premiê austríaco, Alexander Schallenberg, anunciou que decidirá no domingo sobre a imposição no país de uma espécie de lockdown apenas para não vacinados —independentemente da norma nacional, a medida entra em vigor na segunda-feira em duas províncias. O país tem 63% da população completamente imunizada.

Com Reuters 

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