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Áustria recua e propõe vacina obrigatória só a partir dos 18 anos

Plano original impunha dose a partir dos 14; Parlamento deve votar projeto nesta semana

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Viena | Reuters

Primeiro país da União Europeia a anunciar a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19, a Áustria propôs neste domingo (16) lançar o programa em etapas, a partir de 1º de fevereiro, e estabelecer a idade mínima de 18 anos.

É um recuo do governo conservador em relação à sua ideia anterior de que a vacina fosse obrigatória para todas as pessoas a partir de 14 anos, na tentativa de minimizar a oposição ao projeto. O Parlamento deve votar o plano nesta semana.

O chanceler austríaco, Karl Nehammer, apresenta seu plano de vacinação obrigatória
O chanceler austríaco, Karl Nehammer, apresenta seu plano de vacinação obrigatória - Lisi Niesner/Reuters

Segundo a proposta detalhada pelo chanceler Karl Nehammer, a primeira fase da vacinação obrigatória vai até meados de março e dará aos austríacos uma chance a mais de receber a imunização sem pagarem multa, se forem pegos pela fiscalização.

Os não vacinados receberão lembretes e, em uma terceira fase, convites para irem a consultas de vacinação que acarretarão penalidades caso a pessoa falte.

As multas vão de 600 euros (R$ 3.790) até 3.600 euros (R$ 22.745), mas não haverá pena de prisão, disseram autoridades.

"Na melhor das hipóteses, nem precisaremos dessa terceira fase", afirmou Nehammer, recém-saído da quarentena após contrair Covid, em entrevista coletiva em Viena um dia depois de milhares terem participado de um protesto contra o plano.

"Esta não é uma luta entre vacinados e não vacinados", completou.

Nehammer disse que o governo precisa implementar a medida para permitir que as pessoas circulem livremente, enfatizando a necessidade de evitar mais lockdowns.

Quase 72% da população da Áustria tem um certificado de vacinação válido, mas muitos austríacos são céticos em relação às vacinas, visão encorajada pelo Partido da Liberdade, de extrema direita, o terceiro maior no parlamento.

Os críticos da vacina obrigatória dizem que, além de violar as liberdades pessoais, elas não impedem a transmissão viral ou a reinfecção e que a variante ômicron, agora dominante, parece ser mais leve, causando doenças menos graves, do que as anteriores.

Como o número de casos bateu recordes na Áustria no final do ano passado, o governo anunciou um quarto bloqueio nacional e disse que tornaria a vacinação obrigatória.

​Exceções se aplicam a pessoas que não podem ser vacinadas por motivos médicos ou estão grávidas. ​

As autoridades de saúde austríacas relataram mais de 1,4 milhão de infecções e quase 14 mil mortes por COVID-19 desde o início da pandemia no início de 2020.

O governo quer evitar a reintrodução de um lockdown como o que o país experimentou no mês passado, o quarto da pandemia.

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