O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste sábado (26), nas redes sociais, que a embaixada do Brasil em Kiev embarcou cerca de 40 brasileiros de trem para a cidade de Chernivtsi, na Ucrânia, próxima à fronteira com a Romênia.
De lá, eles irão para a embaixada brasileira em Bucareste. "Já houve confirmação de que outros brasileiros, acompanhados de outros cidadãos latino-americanos, cruzaram o mesmo ponto da fronteira hoje pela manhã e estão a caminho da capital romena", afirmou Bolsonaro.
"O Itamaraty lidera a operação em contato direto com autoridades da estação central de trens de Kiev, com as autoridades locais em Chernivtsi e com as autoridades migratórias romenas."
Segundo ele, caso queiram retornar ao Brasil, o governo providenciará meios de transporte, como aviões comerciais ou da FAB.
A embaixada brasileira na Ucrânia comunicou neste sábado (26) que devido à situação difícil nos postos de fronteira com a Polônia e outros países vizinhos, os cidadãos que queiram deixar o país devem procurar abrigos temporários em locais próximos de onde estejam.
Em comunicado em sua conta no Telegram, a representação diplomática também disse que há "muitos relatos de aglomerações, atrasos que chegam a durar dias, comportamento agressivo, falta de hospedagem e necessidades básicas" nas regiões que concentram um grande fluxo de pessoas tentando fugir da guerra.
A embaixada lembra que a capital da Ucrânia, por causa da invasão russa, encontra-se sob toque de recolher até a próxima segunda-feira (28) e informa que está "fazendo o possível para contatar as autoridades ucranianas", mas que os contatos estão difíceis devido ao quadro do conflito.
Após quatro meses de crise com o Ocidente, a Rússia decidiu atacar a Ucrânia e estabelecer uma presença militar no Donbass (leste do vizinho).
O governo ucraniano classificou de início as ações como uma invasão total, embora os russos tenham negado. O conflito atinge várias partes da Ucrânia e chegou na capital, Kiev.
O governo Jair Bolsonaro (PL) decidiu suspender uma visita prevista para abril do primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin, ao Rio de Janeiro.
Mishustin deveria viajar ao Rio para participar da reunião da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação, presidida pelo premiê russo e, do lado brasileiro, pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
A avaliação interna no governo é que receber Mishustin no Brasil seria interpretado como um sinal de alinhamento à decisão do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia.
Seria uma sinalização na contramão da que o país passou a adotar, a partir de sexta-feira (25), no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas): a de condenar nos termos mais duros a agressão da Rússia contra a Ucrânia, em violação à carta das Nações Unidas.
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