Um dos pequenos mistérios militares da invasão russa da Ucrânia foi desfeito, ao menos parcialmente.
Nesta quarta (2), o Ministério da Defesa russo publicou, no Instagram, o que seriam as explicações para as letras "Z" e "V", em alfabeto latino mesmo, nas carrocerias de seus veículos militares no país vizinho.
A função em si é conhecida: evitar o fogo amigo, já que muito dos equipamentos, como tanques e caminhões, são iguais externamente aos operados pelos ucranianos: ambos os países eram defendidos pelo mesmo Exército Vermelho até o ocaso soviético de 1991.
O "Z", onipresente, é, segundo a pasta, "Za pobedu" (pela vitória). E o "V" se encaixa em duas frases: "Cila v pravde" (força está na verdade) e "V zadatsa vipolnena" (a tarefa será concluída).
O que não parece fazer sentido é que as letras estão em alfabeto latino, não usado na Ucrânia também. O "Z" nem existe no cirílico adotado por ambos os países. Em tempo, VZ são as iniciais latinas de Volodimir Zelenski, o presidente da Ucrânia, o que vinha alimentando várias teorias sobre as letras.
Houve quem visse runas eslavas, outros o uso latino da palavra Zapad (Ocidente), nome do exercício quadrienal com forças russas e belarussas que por anos assombrou o Ocidente como ensaio de invasão.
No mais, os militares de Kiev haviam divulgado sua interpretação para os círculos e os triângulos de cada símbolo, associando-os a formações específicas das forças invasoras.
Além disso, as Forças Armadas ucranianas identificaram outras letras, como o "X" (J, na transliteração para o português), que significaria tropas do líder tchetcheno Ramzan Kadirov.
Do lado ucraniano, justamente para evitar o fogo amigo, os defensores são identificados com fitas adesivas azuis ou amarelas, as cores nacionais, como braçadeiras.
Na sujeira do chão desta guerra, todo soldado é cáqui esverdeado.
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