Descrição de chapéu Coreia do Norte Coronavírus

Coreia do Norte teria acabado com lockdown em meio a 'situação estável' da Covid

Imprensa japonesa, citando fonte em Pequim, afirma que restrições para combater vírus foram suspensas

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Seul | Reuters

A Coreia do Norte retirou as restrições de circulação impostas na capital Pyongyang após admitir pela primeira vez a ocorrência de um surto de Covid semanas atrás, de acordo com a mídia japonesa.

O país comandado pelo ditador Kim Jong-un, segundo a imprensa estatal, também classificou de estável a situação local do coronavírus. A Coreia do Norte enfrenta uma batalha contra uma onda sem precedentes de Covid desde que declarou estado de emergência e impôs um lockdown nacional, intensificando as preocupações em torno da falta de vacinas, suprimentos médicos e escassez de alimentos.

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discursa durante reunião do Politburo, em Pyongyang
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, discursa durante reunião do Politburo, em Pyongyang - 28.mai.22/KCNA via Reuters

No domingo (29), as restrições foram revertidas, de acordo com a agência japonesa de notícias Kyodo, citando uma fonte não identificada de Pequim —um porta-voz do Ministério de Unificação da Coreia do Sul, que cuida de temas entre as duas Coreias, disse que não poderia confirmar a reportagem, já que a mídia estatal norte-coreana até o momento não anunciou a decisão.

O relato da Kyodo vem logo depois de Kim liderar uma reunião do Politburo do país para discutir a revisão de restrições anti-Covid, na qual disse que a situação do surto do vírus estava melhorando.

"O comitê político avaliou a coordenação e a aplicação dos regulamentos e das diretrizes como eficaz e rápida, dada a atual situação antiepidêmica estável", afirmou a mídia estatal KCNA no domingo.

A declaração está alinhada a uma mensagem recente da agência, de que o surto está sob controle. Segundo o governo, a mortalidade caiu drasticamente, há uma tendência de estabilização dos contágios e progresso no diagnóstico e no tratamento de pacientes graças aos "esforços altruístas" dos médicos.

A situação, se de fato real, dada a dificuldade para obter informações em um dos países mais isolados do mundo, seria uma rápida reversão de um quadro que, ao surgir, parecia grave. Dias depois da admissão de casos de Covid, que o governo chama de "febre", Kim criticou duramente a resposta à crise sanitária e mobilizou o Exército para atuar na distribuição de medicamentos. A ditadura chegou a falar em um quadro de "grave emergência nacional", com mais de 1 milhão de pessoas afetadas pela doença.

A Coreia do Norte registrou oficialmente mais 100.710 casos de pessoas com sintomas de febre nas últimas 24 horas, uma diminuição em relação a três semanas atrás, quando os dados indicavam 390 mil indivíduos nessa condição. Com uma morte contabilizada no domingo, o total de óbitos chegou a 70.

O país não confirmou a cifra de pessoas que receberam o diagnóstico de coronavírus, aparentemente devido à falta de suprimentos para a realização de testes. Especialistas afirmam que a escala dos dados divulgados pode ser muito maior e destacam a dificuldade para conhecer o real cenário norte-coreano.

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