A Força Aérea dos EUA anunciou nesta segunda-feira (16) a realização de um teste bem-sucedido de uma arma hipersônica, que, segundo os americanos, voou a cinco vezes a velocidade do som.
O ensaio ocorreu ao largo da costa do sul da Califórnia, no sábado (14), quando um bombardeiro B-52 lançou uma arma de resposta rápida, afirmaram os militares em um comunicado.
"Após a separação da aeronave, o propulsor do ARRW [arma de resposta rápida lançada do ar] entrou em ignição e queimou pela duração esperada, atingindo velocidades cinco vezes maiores que a do som."
Os EUA vinham patinando no tema, apesar de pesquisá-lo há décadas. Os americanos não estão sozinhos no desenvolvimento de armas hipersônicas, cuja velocidade e capacidade de realizar manobras as tornam difíceis de interceptar. A Rússia, inclusive, chegou a disparar mísseis do tipo contra alvos na Ucrânia.
A China também teria testado armas hipersônicas no ano passado, segundo autoridades militares dos EUA –o sistema de bombardeio orbital dá a Pequim mais opções para atingir alvos americanos. A chancelaria do país asiático, entretanto, negou em outubro que tenha realizado um teste dessas armas.
Em abril, quando a guerra da Ucrânia já havia esquentado a indústria bélica mundial, a China acusou os EUA de fomentarem uma corrida armamentista na Ásia. A crítica veio depois do anúncio americano de que o país, com Reino Unido e Austrália, parceiros na aliança Aukus, desenvolveria um míssil hipersônico.
Até a Coreia do Norte, outra rival americana e apoiada por Moscou e Pequim, entrou na onda e anunciou em janeiro ter lançado um míssil do tipo. Não há confirmação independente da afirmação, mas é evidente que o tema virou prioridade no campo contrário a Washington.
O míssil americano utiliza o chamado scramjet, que faz a combustão interna com fluxo de ar supersônico. Trata-se do mesmo princípio do russo Tsirkon (zircão), em fase avançada de teste, mas não operacional.
Os EUA separaram US$ 4,7 bilhões do orçamento enviado ao Congresso para o ano fiscal de 2023 (outubro deste ano até setembro de 2023) para mísseis hipersônicos, dentro de uma perspectiva de desenvolvimento de armas cujo valor chega a US$ 130 bilhões.
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