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Pequim aumenta restrições para tentar evitar lockdown após surto de Covid

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Igor Patrick
Pequim

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Com uma média de 50 novos casos de Covid por dia, Pequim apertou ainda mais o controle da circulação na cidade e tenta adotar medidas para evitar um isolamento como o de Xangai.

  • A cidade decidiu fechar as 60 estações de metrô mais movimentadas e interrompeu a circulação de 158 linhas de ônibus;
  • O retorno presencial às escolas após a semana de feriado que terminou na quarta (4) foi adiado indefinidamente.
  • Universidades vão proibir que estudantes deixem os campi (mesmo por razões médicas) e restringiu funcionários nestas instituições de trabalharem presencialmente;
  • Restaurantes e bares estão proibidos de abrir para o público. Há controle no número de entregadores e motoristas particulares para evitar deslocamentos entre distritos.
Funcionários preparam refeições para serem levadas para casa pelos clientes após decisão do governo de proibir público em restaurantes em Pequim - Jade Gao/AFP

Preparando-se para uma possível explosão de casos, a capital também reformou e reativou um hospital de quarentena com mais de mil leitos em Xiaotangshan. O local traz memórias difíceis para quem vivia aqui em 2003: era para lá que boa parte dos contaminados com o vírus da SARS era levada.

Pequim criou um aplicativo de apoio à saúde mental para ajudar quem está sofrendo com o estresse das restrições. A ferramenta traz artigos sobre ansiedade, depressão, canais de músicas para relaxar, jogos online e uma linha direta com psicoterapeutas.

O porta-voz do governo municipal, Xu Hejian, afirmou que o número de casos confirmados nesta onda de Covid excedeu o episódio envolvendo o mercado Xinfadi, em junho de 2020, até então o pior surto na capital. Ele chamou a situação de "muito desafiadora".

Por que importa: Pequim concluiu três rodadas de testagem em todos os seus 21,5 milhões de habitantes na semana passada, e os números da Covid parecem ter alcançado estabilidade, embora em níveis muito acima do tolerado pela China. Mas há motivos para moderado otimismo: autoridades disseram ter descoberto a origem do surto de Covid atual, o que pode ajudar a rastrear melhor os contatos e zerar os casos nos próximos dias.

o que também importa

Um prédio na cidade de Changsha, região central da China, desabou na sexta passada. Pelo menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram desaparecidas.

A construção de 700 metros passava por renovações e a suspeita é de que a empreiteira envolvida na obra tenha fraudado documentos e adicionado "puxadinhos" na construção sem autorização da defesa civil local. Pelo menos nove pessoas foram detidas até o momento, segundo a polícia da cidade.

O caso atraiu atenção nacional e o próprio líder Xi Jinping pediu uma investigação aprofundada para descobrir as causas do colapso. As operações na área têm sido acompanhadas de perto pela mídia estatal, que, na quinta (5), mostrou ao vivo o resgate de uma sobrevivente após quase 132 horas presa nos escombros.

Foto aérea do prédio que desabou em Changsha, China. - AFP

Vinte e três por cento das empresas europeias consideram deixar a China e migrar negócios para outro país. O levantamento foi divulgado pela Câmara Europeia de Comércio no país e os resultados representam o número mais alto em mais de uma década (anteriormente, a média histórica girava em torno de 7%).

O dado reflete as dificuldades impostas aos negócios com as rigorosas medidas de combate à Covid-19.

  • Mais de três quartos das empresas relataram impacto negativo de bloqueios e quarentenas para o resultado dos negócios;
  • 60% dos entrevistados afirmam terem revisto negativamente as previsões de lucro para 2022;
  • 78% acreditam que a chamada estratégia de Covid 0 torna a China um destino menos atrativo para investimentos.

fique de olho

Com redução modesta no número de casos diários de Covid-19, oficiais de Xangai decidiram permitir que algumas regiões com menos registros de contaminados liberem residentes para deslocamento limitado.

A partir da próxima semana, moradores dos distritos de Jinshan, Fengxian, Chongming, Qingpu e Songjiang vão poder circular livremente dentro dos próprios distritos e autorizados a visitar supermercados e hospitais. O transporte público também será parcialmente restabelecido.

Por que importa: embora a notícia sirva como alento aos moradores da cidade, a liberação atinge número reduzido de pessoas. Os distritos anunciados estão afastados do centro, o que diminui a possibilidade de transmissão generalizada do vírus.

No resto de Xangai, a Covid continua sendo um desafio: 73 novos casos foram encontrados em testagens de rotina apenas na quinta (4), um indicativo de que o controle total no número de infecções ainda é um objetivo complicado e distante.

para ir a fundo

  • A plataforma Shumian lançou na quinta (5), mais um episódio do podcast Cafezinho. A edição comenta o lockdown em Pequim e os atentados terroristas que mataram cidadãos chineses no Paquistão (gratuito, em português)
  • O Instituto Confúcio lançou um concurso que vai premiar os melhores vídeos relatando a relação dos participantes com a língua chinesa. Mais informações na página no Instagram (gratuito, em português)
  • O programa de mestrado da Universidade Tsinghua, Schwarzman Scholars, realiza na quarta (11), um evento de recrutamento para estudantes brasileiros. A bolsa seleciona jovens líderes globais. (gratuito, em português)
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