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Quem são os investidores que colocaram US$ 1 bilhão na nova empresa de Trump?

Muitos dos maiores fundos de hedge de Wall Street recusaram a oportunidade por temerem se unir ao republicano

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Matthew Goldstein
The New York Times

Quando a nova empresa de rede social do ex-presidente dos EUA Donald Trump e seu parceiro de fusão divulgaram em dezembro que tinham conseguido US$ 1 bilhão em fundos privados adicionais para o negócio, o anúncio desencadeou especulações sobre a identidade dos investidores.

Quem eram os cerca de 35 investidores que apostavam no sucesso da nova empresa do ex-presidente? Eram grandes nomes de Wall Street? Apoiadores políticos? Fundos de tecnologia e mídia crentes na promessa de uma alternativa de direita ao Twitter?

Um rascunho do documento sobre o investimento –chamado de "investimento privado em companhia de capital aberto", ou Pipe, na sigla em inglês– lança alguma luz. Nesse tipo de negócio, o investidor troca dinheiro por ações que são posteriormente registradas pela empresa para venda no mercado aberto.

O ex-presidente dos EUA Donald Trump durante a conferência CPAC, em Orlando, na Flórida
O ex-presidente dos EUA Donald Trump durante a conferência CPAC, em Orlando, na Flórida - Chandan Khanna - 26.fev.22/AFP

Os investidores são principalmente uma mistura de fundos de hedge de pequeno e médio porte sediados nos EUA e no Canadá. O rascunho circulou entre investidores na terça (24), e duas pessoas informadas sobre o assunto disseram que uma versão final deve ser apresentada aos reguladores na quinta (26).

Os fundos de hedge Pentwater Capital e Sabby Management são dois dos maiores investidores no private placement. Os fundos associados à Pentwater, um fundo de hedge de US$ 10 bilhões com sede em Naples, na Flórida, deverão obter o maior número de ações, de acordo com o documento preliminar.

Outros grandes investidores incluem Anson Funds Management, Kershner Trading Americas, K2 & Associates, Yorkville Advisors e MMCAP. Embora não sejam nomes famosos, alguns são conhecidos entre fundos de hedge por fazerem investimentos em Pipe, que muitas vezes têm condições lucrativas.

Muitos dos maiores fundos de hedge de Wall Street recusaram a oportunidade por temores em relação à perspectiva de se unir a Trump. Ao menos dois dos investidores da lista ainda não eram conhecidos.

Um grande investidor é a Truth SPC. O nome parece ser uma referência ao Truth Social, produto principal da Trump Media & Technology Group e espécie de sósia do Twitter. Mas pesquisas online, incluindo registros corporativos dos EUA, não indicaram nenhuma entidade com esse nome. Outro investidor cuja propriedade efetiva não é clara é a Red Rowan Investments, que parece ter sido criada nas Ilhas Cayman.

O investimento de US$ 1 bilhão é um elemento crucial para o acordo proposto entre a Trump Media e a Digital World Acquisition, empresa "cheque em branco", ou com propósito especial de aquisição, que abriu seu capital em setembro. A Digital World levantou quase US$ 300 mi por meio da oferta pública inicial.

Os investidores não são obrigados a entregar nenhum dinheiro até que a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) aprove a fusão. Depois que isso acontecer, os investidores receberão dezenas de milhões de ações da empresa, de acordo com o documento preliminar. A SEC está investigando se algumas das comunicações entre a Trump Media e a Digital World antes do anúncio do acordo violaram regras.

Patrick Orlando, CEO da Digital World, não retornou pedidos de comentários, assim como representantes da Trump Media. A rede Truth Social teve um começo difícil. Trump só recentemente começou a postar mensagens regularmente para seus quase 3 milhões de seguidores. Ele tinha quase 90 milhões de seguidores no Twitter antes de ser expulso pela plataforma no ano passado.

Elon Musk, o empresário bilionário que recentemente fez uma oferta para comprar o Twitter, disse que deixará Trump retornar à plataforma se o negócio for fechado, mas o republicano disse que permanecerá no Truth Social. Mas um novo acordo de licenciamento que Trump assinou com a Trump Media abre a porta para ele também postar mensagens políticas no Twitter se a rede social suspender sua proibição.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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