Atirador mata 3 pessoas e é morto por civil armado em shopping nos EUA

Duas outras pessoas ficaram feridas no ataque; homem que reagiu portava legalmente arma de fogo

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Washington | Reuters

Um atirador matou três pessoas na praça de alimentação de um shopping center nos arredores de Indianápolis, nos Estados Unidos, no começo da noite deste domingo (18). Na sequência, um homem que frequentava o lugar reagiu e, com a arma que carregava, matou o agressor.

O episódio, que se dá depois de uma série de outros ataques a tiros no país resgatarem uma ampla discussão sobre o controle no acesso a armas, pode servir de combustível inclusive para aqueles que são pró-armamento, dada a forma como foi interrompido.

De acordo com o médico-legista, as vítimas foram um homem de 56 anos e uma mulher de 37, que eram casados, além de outro homem de 30 anos. Duas outras pessoas ficaram feridas no incidente, mas nenhuma teve a identidade revelada. O atirador foi identificado como Jonathan Douglas Sapirman, 20.

Faixa amarela frente a ambulância delimita zona de segurança durante ataque a tiros
Equipe de emergência no shopping Greenwood Park nos EUA - Kelly Wilkinson/Reuters

"O verdadeiro herói é o cidadão que portava legalmente uma arma de fogo naquela praça de alimentação e conseguiu parar o atirador assim que a ação começou", disse o chefe de polícia de Greenwood, Jim Ison.

O passante que levava consigo uma pistola era Elisjsha Dicken, 22. Ele estava no shopping Greenwood Park Mall com a namorada e agiu cerca de 2 minutos depois de Sapirman começar a disparar na praça de alimentação.

O prefeito de Greenwood expressou sua gratidão em um pronunciamento e apelidou o jovem de "bom samaritano" pelo que chamou de "ação rápida e heroica". As autoridades locais disseram que o número de vítimas poderia ter sido muito maior. Frequentadores e funcionários do shopping tiveram que fugir pelos corredores ao som de tiros para se esconder.

​De acordo com o chefe de polícia, Sapirman chegou a registrar passagens pela polícia quando mais jovem, mas não tinha histórico criminal desde que se tornou maior de idade. Ele portava dois fuzis, uma pistola, vários pentes e mais de cem munições.

Os motivos do ataque ainda não foram esclarecidos e serão alvo de investigação. Agentes foram na manhã desta segunda (18) à casa do atirador para buscas.

O caso de Indiana faz mais do que só se somar a uma lista de outros recentes —ocorridos em uma escola, consultórios de um hospital, um mercado e até um desfile do Dia da Independência— que abastecem as preocupações generalizadas sobre ataques a tiros nos EUA.

O fato de um homem com uma pistola ter reagido e matado o atirador já começou a ser usado por defensores da liberdade total para o porte de armas. "Diremos novamente: o único jeito de parar um sujeito mau que esteja armado é um sujeito bom que esteja armado", tuitou a Associação Nacional do Rifle, principal instituição de lobby do setor no país.

Ainda assim, o histórico mostra que são raros os casos em que isso acontece. Análise do jornal The New York Times que revisou 433 ataques a tiros realizados desde 2000 mostrou que só em 22 deles o autor foi morto por um passante.

A ação de Indiana também evidencia outro reflexo das discussões atuais sobre o controle de armas nos EUA. Semanas atrás, o governador Eric Holcomb revogou exigências e autorizou que qualquer pessoa com mais de 18 anos que não seja legalmente proibida de ter armas possa andar no estado portando uma.

No caso de agora, porém, a lei entra em conflito com a política da empresa que administra o Greenwood Park Mall, que proíbe armas em suas propriedades. A Simon Property Group não comentou o caso nesta segunda.

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