Gibraltar entrou oficialmente na lista de cidades britânicas nesta segunda-feira (29), quase dois séculos depois da concessão do título, por parte da rainha Vitória. O atraso se deu porque o decreto do século 19 acabou ignorado devido a um erro administrativo.
O território ultramarino britânico encaminhou um requerimento para se tornar oficialmente uma cidade no início deste ano, como parte das comemorações do Jubileu de Platina da rainha Elizabeth 2ª —em junho ela celebrou 70 anos no trono com uma série de cerimônias ao longo de quatro dias. Mas pesquisas nos arquivos nacionais revelaram que Gibraltar já tinha obtido o status em 1842, 180 anos atrás.
A Espanha cedeu ao Reino Unido a península de localização estratégica, na foz do mar Mediterrâneo, em 1713, após uma guerra. Os espanhóis pedem há anos que o local seja devolvido, mas 99% da população local se manifestou contra a ideia de uma soberania compartilhada entre as duas nações em um plebiscito realizado em 2002.
A condição de Gibraltar, assim como a fiscalização de sua fronteira com a Espanha, tem provocado discórdia desde o brexit, em 2016. Isso porque a península foi excluída do acordo de saída entre Reino Unido e União Europeia.
Acordos informais estão em vigor enquanto os dois lados negociam a situação da península, que apoiava a permanência do Reino Unido na União Europeia.
"É excelente ver o reconhecimento oficial dado à cidade de Gibraltar, uma grande honra a sua rica história e dinamismo", disse o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, em comunicado nesta segunda. "O reconhecimento oficial reafirma o status especial de Gibraltar nos reinos de Sua Majestade [a rainha Elizabeth]."
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