Uma servidora do Superior Tribunal de Justiça (STJ) morreu na segunda-feira (1º) após cair de um penhasco nos Andes peruanos. Maria Lucia Paternostro Rodrigues, 46, morava em Brasília (DF) e estava em férias. Ela deixa uma filha de 12 anos.
Segundo amigos, o acidente aconteceu enquanto Maria Lucia fazia uma trilha. Não há informações precisas sobre qual seria o trajeto, mas sabe-se que a área é de difícil acesso, de forma que o corpo da servidora só foi localizado nesta terça (2) e ainda está em processo de resgate. Depois, deve ser encaminhado para Lima —ainda não há informações sobre o traslado para Brasília.
O UOL entrou em contato com o Itamaraty, mas até o momento não obteve resposta.
Maria Lucia era formada em letras e direito, com pós-graduação em direito público. Ingressou no STJ em 2003 e exercia o cargo de assessora-chefe do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e de Ações Coletivas (Nugepnac).
O presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal, ministro Humberto Martins, lamentou a morte da servidora e disse que ela se destacava pela dedicação ao trabalho e pela gentileza e prestatividade no dia a dia com os colegas.
"O Tribunal da Cidadania está de luto. Expressamos nossa absoluta tristeza pela partida da nossa valorosa servidora Maria Lucia Paternostro Rodrigues. Ela honrou e dignificou não apenas o STJ, mas também todo o Poder Judiciário e o sistema de Justiça. Sua história de vida é um exemplo de entrega com excelência e amor à causa da cidadania brasileira", disse.
Durante a manhã desta terça, o CJF também aprovou moção de pesar pela morte. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino afirmou a servidora era "extremamente inteligente, diligente, competente e dedicada".
Maria Lucia era apaixonada pela natureza, segundo os amigos. Sempre que conseguia uma folga, fazia trilhas e visitava cachoeiras. Nas redes sociais, compartilhava momentos de seu hobby preferido. Em uma das fotos publicadas, ela aparece no alto de uma montanha, em registro feito há dois meses.
As últimas postagens também registraram a viagem ao Peru. Durante sete dias, ela visitou o Parque Nacional Huascarán e observou o lago Parón, conhecida pelos belos tons de azul.
"Estávamos treinando juntos para uma trilha que iríamos fazer no ano que vem na Patagônia. O percurso é grande: 100 quilômetros. Ela estava animada e fazendo planos", diz Adriano Zed Teles, amigo da servidora e proprietário de uma academia de crossfit onde ela treinava havia pelo menos sete anos.
Segundo ele, a amiga sempre estava sorridente. "Recebemos com muita surpresa e tristeza essa notícia. A Malu era uma pessoa da paz, do bem, alto astral. Queria sempre o nosso bem. Estava sempre envolvida em trilhas, em projetos, sonhos."
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