Barack Obama e sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle, voltaram à Casa Branca nesta quarta-feira (7) para a revelação de seus retratos oficiais, tendo como anfitrião o atual presidente, o democrata Joe Biden.

Grandes retratos formais de presidentes e primeiras-damas dos Estados Unidos adornam paredes, corredores e salas em toda a residência oficial, e normalmente um ex-presidente retorna para a inauguração durante o mandato de seu sucessor.

Mas os Obamas —que continuam populares desde que Barack deixou o poder, há mais de cinco anos—, não tiveram a cerimônia enquanto Donald Trump esteve no cargo. O republicano, antes de vencer a eleição em 2016, foi propagador de longa data do movimento "birther", teoria conspiratória mentirosa que alegava que Obama não nasceu nos EUA.

Segundo Stewart McLaurin, presidente da Associação Histórica da Casa Branca, embora a revelação dos retratos seja uma tradição, cabe ao presidente em exercício e a seu antecessor a definição da data para a realização da cerimônia, de modo que não há um cronograma prévio definido.

Retratos anteriores dos Obamas revelados em 2018 e colocados na Galeria Nacional de Retratos do museu Smithsonian, em Washington, tornaram-se uma relevante atração do local.

"É ótimo estar de volta", disse o ex-presidente na cerimônia, que contou com muitos membros de seu governo na plateia. Obama foi retratado por Robert McCurdy vestindo um terno. Sharon Sprung pintou a ex-primeira-dama Michelle em um vestido azul. As obras foram feitas sob encomenda da Casa Branca, e os artistas, selecionados pelo casal.

"Uma garota como eu não deveria estar lá em cima ao lado de Jacqueline Kennedy e Dolley Madison", disse Michelle, em referência às esposas de John F. Kennedy (1961-1963) e James Madison (1809-1817). "Ela nunca deveria morar nessa casa e definitivamente não deveria ser primeira-dama. Mas o que estamos vendo hoje —um retrato de um filho de um casal birracial com um nome incomum e a filha de um operador de bomba d’água e uma dona de casa— é um lembrete de que há um lugar para todos nesse país."

Ela reforçou palavras do marido sobre o simbolismo das telas "para cada jovem que está duvidando de si mesmo acreditar que pode".

Os Obamas e os Bidens se tornaram próximos enquanto Barack e Joe ocuparam a Presidência e a vice, passando por altos e baixos de suas vidas políticas e pessoais, incluindo a morte do filho de Biden, Beau, de câncer.

"Há poucas pessoas que conheço com mais integridade, mais decência e mais coragem do que Barack Obama", disse Biden na cerimônia de inauguração. "Nada poderia ter me preparado mais para ser presidente dos EUA do que estar ao seu lado por oito anos."

"Os retratos ficarão pendurados nas paredes da Casa Branca para sempre, como lembretes do poder da esperança e da mudança", disse a primeira-dama, Jill Biden, também anfitriã do evento.

Obama recebeu o ex-presidente George W. Bush e sua esposa, Laura, para a revelação de seus retratos em 2012, durante seu primeiro mandato. Ele voltou à sede da Presidência apenas uma vez desde que deixou o cargo, juntando-se a Biden em abril em um evento para divulgar o Obamacare, seu programa de saúde pública.