Descrição de chapéu China

China busca sobreviventes de terremoto; número de mortos cresce e passa de 65

Mais de 11 mil pessoas foram retiradas de áreas de risco no sudoeste do país

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Pequim | AFP

Bombeiros e militares procuravam nesta terça-feira (6) sobreviventes entre os escombros após um forte terremoto no sudoeste da China, que matou pelo menos 66 pessoas e provocou danos em edifícios e infraestruturas.

O balanço atualizado de vítimas foi divulgado nesta terça. A maior parte dos novos óbitos confirmados se deu no município autônomo tibetano de Garze e no condado vizinho de Shimian. A imprensa também anunciou que o terremoto deixou quase 250 feridos e 12 desaparecidos.

Equipe de resgate carrega pessoa ferida na cidade de Ganzi, na China - CNS/AFP

O canal estatal CCTV informou que mais de 11 mil pessoas foram retiradas de áreas com risco de deslizamentos de terra. Também foram danificadas sete usinas hidrelétricas, segundo o ministério de Recursos Hídricos.

"Todo mundo está em barracas instaladas pelas equipes de resgate e pelo Exército", disse à agência de notícias AFP por telefone Chen Ling, administrador de um restaurante na cidade de Moxi, um dos pontos mais afetados.

"É mais seguro estar aqui, porque ainda há tremores secundários e as telhas podem cair facilmente dos prédios. A energia elétrica foi cortada, mas trouxeram geradores." Ela contou que espera ficar no local por provavelmente dez a 15 dias.

"Todos os prédios correm o risco de desabamento. Alguns não caíram, mas todos têm rachaduras", disse à mesma agência de notícias Yang Qing, gerente de outro restaurante de Moxi, que passou a noite em uma barraca.

A CCTV também informou que quase 200 pessoas estão bloqueadas no vale de Hailuogou, uma zona turística de geleiras que fica a mais de 2.850 metros de altitude.

O terremoto de magnitude 6,6 ocorreu na segunda-feira (5) pouco antes das 13h locais (2h de Brasília), a 10 quilômetros de profundidade, na província de Sichuan, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos. O epicentro foi localizado no condado de Luding, uma área de vales, rios caudalosos e estradas estreitas perto do planalto tibetano, quase 200 quilômetros a oeste da capital provincial, Chengdu.

A CCTV exibiu nesta terça-feira vídeos dos bombeiros retirando o corpo de uma mulher dos escombros e transportando um ferido em uma maca por uma ponte improvisada sobre um rio.

Algumas estradas, que viraram ruínas ou foram divididas pelo terremoto, não podem ser utilizadas, o que obriga as equipes de emergência a atravessarem rios por pontes improvisadas ou com cabos posicionados entre as duas margens.

O Exército chinês anunciou na segunda-feira que enviou uma equipe especial para socorrer a população. De acordo com a CCTV, mais de 6.500 pessoas foram mobilizadas como parte das equipes de resgate.

O terremoto também foi sentido em edifícios na capital provincial de Chengdu, onde milhões de pessoas estão em confinamento devido a um surto de Covid, e na grande cidade de Chongqing.

Depois do terremoto, a zona registrou ao menos dez tremores secundários de magnitude 3 ou superior, de acordo com o Centro Chinês de Redes Sísmicas.

Previsão de chuvas

O líder chinês Xi Jinping fez um apelo na noite de segunda-feira para que o país faça "todo o possível para ajudar as pessoas afetadas e minimizar as perdas humanas", informou a agência oficial Xinhua.

A meteorologia prevê chuvas para os próximos dias na área mais afetada, o que pode complicar as operações de resgate.

Os terremotos são relativamente comuns na China, em particular em Sichuan. Em junho, ao menos quatro pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em dois terremotos. Em 2008, a região foi cenário de um terremoto de magnitude 7,9, que deixou 87 mil mortos ou desaparecidos, incluindo milhares de estudantes.

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