London Bridge ou Unicórnio: os protocolos para a morte e o funeral de Elizabeth 2ª

Charles 3º já é considerado rei, mas coroação ainda pode levar meses

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São Paulo

Os planos para o funeral da rainha Elizabeth 2ª estavam desenhados havia anos —e provavelmente a própria chefe da monarquia ajudou no cronograma, conhecido como "Operação London Bridge" na Inglaterra, em referência ao cartão-postal de Londres, e como "Operação Unicórnio" na Escócia.

Uma série de eventos deve se estender por nove dias a partir desta quinta-feira (8), quando a morte da rainha foi anunciada, conhecido como Dia D . O funeral de fato só deve ocorrer no final desse período, na Abadia de Westminster, em Londres.

A rainha Elizabeth 2ª em foto de 2020 - Ben Stansall - 15.out.20/AFP

De acordo com o plano oficial, o secretário da rainha prepararia a notícia da morte de Elizabeth enquanto ela ainda estivesse sob cuidados médicos. Quando fosse confirmado o fato, ele avisaria a primeira-ministra, Liz Truss, com a frase-código "London Bridge is down" ou "a London Bridge caiu".

O Parlamento da Escócia, país onde ela passou seus momentos finais, deve suspender as sessões. Centenas de pessoas se reuniram já nesta quinta em frente ao Castelo de Balmoral, localizado em Aberdeen, e em Edimburgo. Na Escócia, o público será incentivado a se reunir nos arredores do Parlamento, do Palácio de Holyroodhouse e da Catedral de St Giles.

Enquanto isso, o corpo da soberana deve ser transportado de trem de Balmoral para Edimburgo, para repousar no Palácio de Holyroodhouse, sua residência oficial no país, antes de ser levado para a catedral para uma recepção pública. Lá, líderes e o público terão a oportunidade de prestar homenagens e assinar um livro de condolências.

De acordo com o plano, o caixão será então colocado a bordo de um trem real na estação de Waverley, de onde viajará lentamente pela costa leste até Londres. Na capital, será levado para uma sala no Palácio de Buckingham.

As bandeiras nos prédios públicos do Reino Unido já estão baixadas a meio mastro desde esta quinta. Um aviso foi colocado nos portões de Buckingham e reproduzido nas redes sociais do governo.

O funeral em si só deve ocorrer no dia 17 de setembro, na Abadia de Westminster, em Londres. Na ocasião, segundo o jornal The Guardian, tudo estará fechado na Inglaterra, até mesmo as bolsas de valores, e um dia nacional de luto será decretado. O Big Ben vai tocar e o país fará um momento de silêncio.

Logo depois, o caixão será transportado em carro funerário para o Castelo de Windsor, onde deve ser sepultado no "cofre real" da Capela Memorial do rei George 6º.

Todo este cerimonial será precedido de um ensaio, a ocorrer daqui a seis dias, quando o corpo da rainha já estiver em Westminster. A partir da chegada à abadia, o público terá quatro dias para se despedir. O governo espera centenas de milhares de pessoas, dentre as quais muitos turistas, que podem lotar Londres.

Rei Charles 3º

No segundo seguinte à morte da rainha, o príncipe Charles se tornou rei —embora sua coroação ainda vá levar meses, talvez até um ano. Ele tem permissão para escolher seu próprio nome e escolheu se chamar rei Charles 3º.

A oficialização de sua realeza deve acontecer nesta sexta-feira (9), depois que seus irmãos beijarem suas mãos, de acordo com o planejamento. Em seguida, espera-se que ele se reúna com a primeira-ministra britânica e outros funcionários do alto escalão do governo, sendo informado de elementos que apenas sua mãe conhecia anteriormente.

Enquanto o longo velório da soberana se desenrola, Charles visitará a Escócia, a Irlanda do Norte e o País de Gales. Seu primeiro pronunciamento como monarca está previsto para ocorrer no Palácio de St James, em Londres.

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