Coreia do Sul fala em 'apuração rigorosa' de tragédia com 154 mortos no Halloween

Presidente visitou local onde pessoas foram prensadas e decretou luto nacional

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Seul | AFP

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, decretou neste domingo (30) luto nacional e disse, em mensagem na TV, que o tumulto que deixou ao menos 154 mortos ao lado da estação de metrô Itaewon, em Seul, foi "uma tragédia e um desastre que não deveriam ter ocorrido". Ele afirmou que o governo fará uma "investigação rigorosa" das causas e que tomará medidas para impedir que um episódio assim se repita.

O incidente ocorreu por volta das 22h locais do sábado (10 horas de Brasília). Centenas de pessoas foram prensadas em um beco junto à saída 2 da estação durante a tradicional comemoração do dia das bruxas em Seul. Algumas vítimas morreram pisoteadas e outras foram asfixiadas pela multidão, nesta que é a pior tragédia no país desde o naufrágio do navio Sewol, há oito anos, quando 304 pessoas morreram, a maioria estudantes de ensino médio.

Policiais vigiam local onde ocorreu tragédia em Seul, horas depois do incidente - James Lee -30.out.22/Xinhua

Entre os mortos em Itaewon há pelo menos 22 estrangeiros. De acordo com informe do Ministério do Interior, as nacionalidades já confirmadas são de Estados Unidos, Irã, China, Uzbequistão, Áustria, Vietnã, Cazaquistão, Noruega e Sri Lanka.

Itaewon é conhecido por sua intensa vida noturna, com bares, boates e restaurantes, e tem caráter cosmopolita e internacional, com a presença de muitos turistas e estrangeiros. A região já abrigou a principal base militar dos Estados Unidos na Coreia do Sul.

A estimativa é de que 100 mil pessoas estivessem pelas ruas do bairro na noite de sábado, segundo a imprensa local, celebrando o primeiro Halloween dos últimos três anos sem as restrições da pandemia. Muitos tinham seus rostos maquiados, usavam máscaras e fantasias.

Moon Ju-young, 21, disse à Reuters que a região "estava pelo menos dez vezes mais lotada do que o normal" e que a polícia tinha dificuldade para manter o controle da multidão.

Vídeos nas redes sociais mostram socorristas tentando ressuscitar as pessoas deitadas no asfalto com massagens cardíacas e bombeiros carregando macas com corpos cobertos por sacos plásticos. Muitas das vítimas eram mulheres na casa dos 20 anos, segundo o Corpo de Bombeiros.

Neste domingo, o presidente americano, Joe Biden, expressou condolências às famílias das vítimas e desejou rápida recuperação para os feridos: "Os EUA estão com a República da Coreia durante este período trágico".

O papa Francisco dedicou sua oração dominical aos sul-coreanos "que morreram em consequência trágica do repentino tumulto da multidão".

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