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Cubanos protestam por falta de energia elétrica depois da passagem do furacão Ian

Moradores de Havana se manifestaram batendo panelas em regiões desbastecidas; governo afirma ter reabilitado metade da rede da capital

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Havana | Reuters

Cubanos fizeram um protesto nesta sexta (30), batendo panelas e gritando em bairros de Havana que permaneciam sem eletricidade três dias depois da passagem do furacão Ian.

Pessoas caminham por uma rua escura em protesto por causa da falta de eletricidade
Moradores protestam por causa da falta de eletricidade nas ruas de Havana - Alexandre Meneghini/Reuters

Na noite da terça-feira (27), a rede elétrica da ilha, que já vive uma crise crônica com cortes periódicos, entrou em colapso, deixando o país sem energia.

Ventos fortes e inundações também afetaram cidades, com relatos de árvores derrubadas e casas destruídas. O furacão seguiu para os Estados Unidos, onde provocou um rastro de destruição nos estados da Carolina do Norte e Flórida.

Depois do início dos reparos, o governo afirma ter reabilitado metade da rede elétrica da capital. Luis Antonio Torres, secretário do comitê provincial do Partido Comunista em Havana, disse à TV estatal que cerca de 60% dos moradores da cidade já tinham a rede religada.

"Protestar é um direito, mas apenas quando quem é responsável não está fazendo seu trabalho. Os protestos de ontem apenas atrasaram a recuperação", afirmou Torres.

Mas na sexta dezenas de pessoas ainda batiam panelas em regiões em que a energia ainda não havia voltado, como no bairro de El Cerro, em Havana.

"Chega dessa situação. Toda minha comida apodreceu porque não temos eletricidade", disse à agência Reuters Jorge Luis Cruz, o morador da região.

Ele também afirmou que sua família não queria que ele fosse se manifestar nas ruas, com medo de que ele pudesse ser preso.

Protestos públicos em Cuba são raros. Em julho de 2021, manifestações antigovernamentais de grande proporção abalaram a ilha, com a prisão de mais de 1.400 pessoas —muitas ainda não foram julgadas e outras receberam penas de até 25 anos de cadeia.

Em dezembro o país começa a adotar um novo Código Penal, com medidas duras contra a liberdade de manifestação e de expressão.

Entre elas estão penalizar com oito anos de prisão aqueles que veicularem conteúdo jornalístico crítico por meio de redes sociais, proibir o financiamento vindo do exterior a ONGs e ampliar casos em que se pode classificar ações contra o regime de "terrorismo".

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