Arturo Murillo, ex-ministro do Interior da Bolívia durante a gestão de Janine Añez, se declarou culpado em um tribunal dos Estados Unidos por conspiração para lavagem de dinheiro, informou o Departamento de Justiça americano nesta quinta-feira (21). A confissão veio na esteira de uma investigação iniciada no ano passado.
Murillo recebeu pelo menos US$ 532 mil em propinas de uma empresa com sede na Flórida em troca de ajudar a companhia a garantir um contrato de US$ 5,6 milhões (R$ 29,1 mi) para fornecer gás lacrimogêneo e outros equipamentos não letais ao Ministério da Defesa boliviano, segundo o Departamento de Justiça.
Ele e seus cúmplices, que se declararam culpados no ano passado, teriam lavado dinheiro usando o sistema financeiro americano, incluindo contas bancárias em Miami. Sergio Rodrigo Méndez —também ex-integrante do governo Añez—, e os americanos Luis Berkman, Bryan Berkman e Philip Lichtenfeld estão presos, cumprindo penas que variam de 26 a 42 meses de detenção.
Murillo pode pegar até dez anos de prisão, mas a data em que sua sentença será anunciada ainda não foi definida.
La Paz pediu a Washington que Murillo, preso nos Estados Unidos há dois anos, fosse extraditado para a Bolívia. Ele enfrenta uma acusação de tráfico ilegal de armas no seu país natal, de onde fugiu quando Evo Morales voltou ao poder, em 2020.
Murillo, 58, foi ministro durante a gestão de Añez, que assumiu a Presidência da Bolívia após a renúncia de Evo Morales. Ele teve um papel central na acusação do líder indígena e de seus principais aliados por sedição e terrorismo.
Murillo também foi fortemente criticado por ações violentas da polícia em protestos que terminaram com a morte de apoiadores do ex-presidente. Após entregar o comando do país ao aliado de Evo, Luis Arce, nas eleições do ano passado, Añez foi presa. Ela foi condenada a 10 anos de prisão em junho, culpada por organização de golpe de Estado.
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