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Golpistas em Burkina Fasso anunciam plano para governo de transição

Ibrahim Traoré tomou o poder ao depor junta instaurada após golpe militar em janeiro

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Uagadugu | AFP

Burkina Fasso organizará "assembleias nacionais" nos próximos dias 14 e 15 de outubro, sexta e sábado, para instaurar um presidente de transição até a realização de eleições no país africano, que sofreu dois golpes de Estado em oito meses.

O anúncio foi feito pelo capitão Ibrahim Traoré, que tomou o poder em 30 de setembro ao depor o governo instaurado após um golpe militar em janeiro.

O capitão Ibrahim Traoré participa de funeral de 27 soldados mortos em emboscada em Uagadugu - Issouf Sanogo - 8.out.22/AFP

Traoré, nomeado presidente interino na última quarta-feira (5), havia afirmado que se encarregaria dos afazeres governamentais até a designação de um presidente de transição. De acordo com sua promessa, as assembleias reunirão representantes das forças políticas, sociais e da sociedade civil do país.

Em janeiro, a nação do Sahel, região marcada por violência envolvendo movimentos jihadistas, assistiu à deposição do presidente Roch Kaboré por um golpe militar. Em seu lugar, assumiu o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, figura até então pouco conhecida, mas com experiência no combate ao terrorismo.

Traoré disse na semana que passou que comandou um movimento para depor Damiba devido ao que descreveu como incapacidade de lidar com o agravamento da insurgência terrorista.

Apenas nos primeiros seis meses deste ano, segundo monitoramento da ONG americana Localização dos Conflitos Armados, grupos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico realizaram mais de 400 ataques em dez regiões de Burkina Fasso. Como consequência direta da violência, quase 2 milhões de pessoas —10% da população— foram deslocadas pelo conflito, de acordo com o Conselho Norueguês para Refugiados.

O golpe de janeiro foi condenado pela União Africana e pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental e recebeu críticas do secretário-geral da ONU, António Guterres. Mas outros fóruns, como o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, adotaram postura branda —em parte devido à atuação da Rússia no movimento.

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