Morre Ashton Carter, secretário de Defesa dos EUA no governo Obama, aos 68

Ele supervisionou as operações militares americanas contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque

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Washington | Reuters

Morreu nesta segunda-feira (25) o ex-secretário de Defesa dos EUA Ashton Carter, segundo um comunicado divulgado por sua família nesta terça (26).

Ele ocupou o cargo no final do segundo mandato de Barack Obama, entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2017, e ajudou a supervisionar as estratégias das Forças Armadas americanas contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Então secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, discursa na sede do Pentágono, em Washington
Então secretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter, discursa na sede do Pentágono, em Washington - Saul Loeb - 30.set.15/AFP

Ele também atuou como vice-secretário de Defesa e diretor de operações do departamento entre 2011 e 2013. Na época, sua principal função era supervisionar o orçamento anual da pasta e coordenar seus cerca de 3 milhões de funcionários, incluindo militares e civis.

Ele, porém, renunciou ao cargo de vice-secretário sem dar razões específicas. Segundo uma reportagem do jornal The Washington Post publicada à época, ele seria o principal nome para substituir o então chefe da Defesa de Obama, Leon Panetta, mas o presidente preferiu nomear seu ex-colega de Senado Chuck Hagel.

Carter só se tornaria secretário dois anos depois, em meio à perda de confiança de Hagel na Casa Branca. Os dois mandatos de Obama foram marcados por sucessivas trocas na pasta; foram quatro nomes nos oito anos.

Desde que deixou o serviço público, Carter dirigia o centro de pesquisa Belfer Center for Science and International Affairs, ligado à Universidade Harvard. No final de setembro, o ex-secretário organizou um evento para ouvir o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Na ocasião, perguntou ao político o que significaria a vitória de Kiev na guerra. "A restauração da nossa integridade territorial", ouviu de Zelenski.

Carter também foi um dos dez ex-secretários de Defesa que assinaram, no ano passado, uma carta de repúdio à tentativa do então presidente Donald Trump de questionar os resultados das eleições e de envolver militares na disputa política. O documento foi divulgado após o Washington Post revelar que o republicano pressionou o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a "encontrar" votos suficientes a seu favor.

"Os governadores certificaram os resultados. E o Colégio Eleitoral votou. O tempo de questionar os resultados já passou; chegou o momento da contagem formal dos votos do Colégio Eleitoral, prevista na Constituição e no estatuto", dizia a carta publicada três dias antes da invasão do Capitólio.

Os ex-chefes da Defesa americana ainda disseram que, quando no posto, juraram apoiar e defender a Constituição, não "a um indivíduo ou a um partido".

Carter é autor ou coautor de 11 livros e mais de cem artigos sobre física, tecnologia, segurança nacional e gestão.

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