Descrição de chapéu Rússia

Vodca dada por Putin a Berlusconi viola sanções contra Rússia, diz União Europeia

Ex-premiê italiano afirmou ter se reaproximado de presidente russo, de quem recebeu presentes

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Roma | Reuters

As 20 garrafas de vodca que o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi disse ter recebido de presente de aniversário do presidente russo, Vladimir Putin, violam as sanções europeias impostas contra Moscou em resposta à Guerra da Ucrânia, disse a Comissão Europeia nesta quinta-feira (20).

Berlusconi, que completou 86 anos em 29 de setembro, causou furor nesta semana quando disse em um áudio, divulgado pela imprensa italiana, que voltou a ter contato com Putin. Na gravação enviada a correligionários, ele conta que também teria recebido do russo "uma carta muito gentil" junto com as bebidas.

Os dois políticos eram bastante próximos durante e depois das gestões de Berlusconi, mas teriam se afastado após o início da Guerra da Ucrânia. Segundo contou o italiano nos áudios, ele teria respondido o agrado com "algumas garrafas de Lambrusco [tipo de vinho produzido na Itália]".

Vladimir Putin (à esquerda) e Silvio Berlusconi em encontro em um aeroporto de Roma - Alexei Drujinin - 4.jul.19/Kremlin/Sputinik/Reuters

Um pacote de sanções da União Europeia acordado em abril estendeu a proibição de importação de produtos russos para incluir destilados, dentre os quais vodca, informou um porta-voz da Comissão Europeia nesta quinta. Ele acrescentou que não há isenção para presentes, mas que caberia a cada país da UE implementar as sanções —não está claro se a Itália vai apurar o caso.

Berlusconi está no centro das atenções agora pois seu partido faz parte da coalizão de ultradireita que venceu as eleições. A aliança deve formar o novo governo da Itália, a ser oficializado nos próximos dias tendo Giorgia Meloni, com quem Berlusconi tem trocado farpas, como primeira-ministra.

Na semana passada, espalharam-se nas redes sociais fotos de um bilhete em que o ex-premiê chama a líder do partido Irmãos da Itália de arrogante, dominadora e ofensiva. Depois, ele reiterou que será conselheiro de Meloni.

No áudio, Berlusconi também se diz extremamente preocupado com a situação na Ucrânia, mas afirma não poder dar sua verdadeira opinião sobre o tema porque "se [ela] sair na imprensa, haverá um desastre". No mês passado, o líder italiano recebeu críticas ao dizer que Putin havia sido empurrado para a guerra porque queria colocar "pessoas decentes" no comando de Kiev.

Em resposta aos comentários de Berlusconi, Meloni, que já se posicionou firmemente contra a Guerra da Ucrânia, afirmou que seu governo será pró-Europa e pró-Otan, a aliança militar do Ocidente.

A fala sobre a reaproximação foi gravada em um áudio enviado a deputados e divulgado por uma agência de notícias italiana na terça-feira (18). Um porta-voz do partido de Berlusconi, o Força, Itália, negou que ele estivesse em contato com Putin, dizendo que o áudio tratava de uma velha história.

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