Mineradora planeja tapar com areia e pedras cratera gigante aberta no Chile

Buraco em área de mina de cobre apareceu na região do Atacama em julho e preocupa moradores locais

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Santiago | Reuters

A mineradora canadense Lundin planeja preencher a imensa cratera aberta em terras de sua propriedade no Chile no final de julho e bombear a água que penetrou no espaço nesse ínterim, disse um executivo da empresa à agência de notícias Reuters nesta quinta (17).

A cratera de 36,5 metros de diâmetro e 64 metros de profundidade surgiu na pequena comuna de Tierra Amarilla, a cerca de 665 quilômetros da capital chilena, Santiago, preocupando locais e despertando a atenção da comunidade internacional.

Registro aéreo mostra cratera em Tierra Amarilla, na região do Atacama - Johan Godoy - 1º.ago.22/Reuters

A agência reguladora ambiental do Chile formalizou, no início de outubro, quatro acusações contra a mineradora. As infrações mais graves estavam relacionadas a extração excessiva e construção fora de zonas ambientalmente aprovadas pelo Estado.

Parte da preocupação residia no fato de a área abrigar aquíferos. O temor era de que a atividade pudesse fazer com que a água entrasse nas minas, prejudicando também o reservatório de água doce.

Segundo disse à Reuters Luis Sánchez, presidente de uma unidade local da Lundin, os estudos para determinar as causas para a formação da cratera já estão nas fases finais, e um corpo técnico de especialistas está recebendo as informações para poder formular conclusões.

O objetivo da mineradora é tapar a cratera com materiais como areia e pedras com as mesmas características de um leito de rio. Sánchez se recusou a informar a quantidade de material e o custo total do plano, mas afirmou que a empresa já gastou cerca de US$ 10 milhões (R$ 54 milhões) até o momento para resolver o problema.

Ele também afirmou que, graças ao trabalho de vedação que vem sendo realizado, já foi possível reduzir de 330 litros por segundo para de 10 a 30 litros por segundo o volume de água que vaza na mina.

"Estamos observando uma evolução positiva na recuperação dos níveis do aquífero, e isso mostra que podemos pensar positivo nessa solução e dizer que não estamos enfrentando danos irreparáveis, como algumas autoridades afirmaram."

Responsável por mais de 26% da oferta global de cobre, o Chile é o principal produtor mundial do metal. A participação no mercado global, porém, já foi maior —em 2010, era de 34%, segundo o Conselho Mineiro, associação que reúne as empresas do setor. Peru, China e República Democrática do Congo também são grandes produtores.

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