Países celebram 'bebê 8 bilhões' no dia em que o mundo chega a marca histórica

Filipinas e República Dominicana anunciam seus primeiros nascidos em meio a projeção da ONU

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A marca de 8 bilhões de habitantes, celebrada de forma simbólica nesta terça (15), reviveu a informal tradição de encontrar os ditos "bebês bilhões" —primeiras crianças a nascerem junto com a nova cifra. Filipinas e República Dominicana saíram na dianteira.

O arquipélago asiático disse que Vinice Mabansag, nascida à 1h29 deste dia 15 em uma maternidade da capital Manila, foi nomeada a bebê filipina dos 8 bilhões. O anúncio foi feito pela Comissão de População e Desenvolvimento filipina em uma rede social.

Vinice Mabansag, declarada a bebê filipina dos 8 bilhões, com a mãe em uma maternidade na capital Manila - Divulgação/Comissão de População e Desenvolvimento das Filipinas

Já na nação caribenha, o braço local do Fundo de População da ONU afirmou em seu site que Damián, nascido à 0h do dia 15 em uma maternidade de Santo Domingo, a capital, é o bebê dos 8 bilhões.

Os anúncios servem também como forma de transmitir às respectivas populações mensagens importantes. No caso filipino, foi usado pelo governo para dizer que o parto natural bem-sucedido de Vinice resulta do "êxito do setor de saúde contra fatalidades materna e neonatais".

"Vinice nasceu na época em que a taxa de fecundidade nas Filipinas está em declínio sem precedentes", diz a publicação por meio da qual se deu o anúncio. Dados da ONU mostram que a média de filhos por mulher no arquipélago é de 2,6 —superior à média global, de 2,3. No início dos anos 2000, porém, a média regional era de 3,7 filhos por mulher. Daqui a cinco décadas, projeções calculam que será de 1,9.

No caso dominicano, o nascimento de Damián foi oportunidade para chamar a atenção para a saúde materna: "O saudável nascimento se deve, em grande medida, à mãe Damaris Ferreras, que com 35 anos compareceu a todas as consultas do pré-natal de forma contínua".

E também foi usado, de certo modo, para propagandear ações do Estado. "A chegada deste bebê se dá em um momento histórico do país, em que se desenrola a maior operação de estatística da última década, com a elaboração do Censo Nacional que permitirá criar ações para garantir maior qualidade de vida", diz o texto de divulgação.

A ONU, porém, não cravou um nascimento que represente o "bebê bilhão" nem deve fazê-lo. Atestar de forma segura uma informação assim é impossível por uma série de fatores —além do fato de que três crianças nascem por segundo no planeta, muitos países têm uma defasagem de dados que dá à projeção uma larga margem de erro.

Em 1999, quando o "bebê 6 bilhões" foi identificado como uma criança nascida em Sarajevo por ocasião de uma visita do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, à região, o porta-voz da entidade brincou: "Se o secretário-geral estivesse em Nova York, teria sido um bebê de Nova York. Não há razões políticas por trás dessa decisão".

Fosse o prognóstico seguido, há uma lista de outros lugares onde os bebês poderiam ter nascido. O atual secretário-geral da ONU, o português António Guterres, por exemplo, está na Indonésia, para a cúpula do G20. Lideranças mundiais também se reúnem no Egito para a COP27, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Há ainda a Ucrânia, claro, palco de uma guerra há mais de oito meses.

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