Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Suécia indicia irmãos acusados de atuarem como espiões para a Rússia

Um deles se infiltrou na polícia e nas Forças Armadas do país nórdico, enquanto o outro transmitia as informações

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São Paulo

Promotores suecos indiciaram nesta sexta-feira (11) dois irmãos sob a acusação de atuarem como espiões da Rússia. Eles teriam vazado dados à GRU, unidade de inteligência militar da Defesa russa, por dez anos.

Identificados como Peyman, 42, e Payam Kia, 35, eles nasceram no Irã. Segundo a agência de notícias Associated Press, Peyman teria trabalhado para a polícia e para as Forças Armadas suecas.

O presidente russo, Vladimir Putin, em cerimônia que marcou os 75 anos da Agência Médica e Biológica Federal do país, em Moscou - Serguei Bobiliov - 9.nov.22/Sputnik/AFP

A equipe de defesa deles não foi localizada, mas ambos haviam negado as acusações anteriormente —eles estão detidos desde o ano passado e podem ser condenados a prisão perpétua.

Um documento obtido pela AP afirma que os irmãos colaboraram com a GRU de setembro de 2011 até o mesmo mês de 2021. De acordo com o relatório, Peyman, o mais velho, era o responsável por colher informações. Payam então repassava os dados a seus contatos russos e recebia os pagamentos.

O caso é investigado pela Sapo, a agência de segurança doméstica da Suécia. O órgão afirma que iniciou as investigações em 2017, quando passou a suspeitar de que o ex-funcionário estava vazando dados.

A Promotoria sueca diz que as informações a que os irmãos tiveram acesso podem afetar a segurança nacional caso tenham caído nas mãos de um país estrangeiro e que a maior parte das investigações do crime ocorre sob sigilo. Por anos, agências de inteligência europeias alertaram sobre atividades de espiões russos, olhando com desconfiança aqueles que torciam pelo país e por seu líder, Vladimir Putin.

Moscou classificava os alertas de "russofobia" paranoica —sua resposta a quase todas as críticas estrangeiras. Mas a Guerra da Ucrânia deu margem para que governos ocidentais levassem várias dessas suspeitas a sério, acelerando os esforços para erradicar redes ocultas de espiões e seus recrutas.

No mês passado, outra nação nórdica, a Noruega, prendeu o que a polícia local afirmava ser um espião russo se passando por brasileiro. O sujeito, que não teve a identidade revelada —só a idade aproximada, entre 30 e 40 anos—, vinha atuando como cientista da Universidade de Tromsö, no norte do país.

Em junho, a Holanda deportou outro russo que dizia ser brasileiro. De acordo com as autoridades do país, Serguei Vladimirovitch Tcherkasov, 36, teria tentado se infiltrar no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, sob a identidade de Viktor Müller Ferreira. O tribunal é responsável por investigar, entre outros, possíveis crimes de guerra cometidos na Guerra da Ucrânia.

Com Reuters

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