Descrição de chapéu Rússia

Lembrem-se das crianças da Ucrânia sem sorriso neste Natal, diz papa

Francisco reitera apelo por ucranianos em quase todas as suas aparições públicas desde início da guerra

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Cidade do Vaticano | Reuters

Nesta quarta-feira (21), o papa Francisco exortou os fiéis a se lembrarem das crianças ucranianas que estão sofrendo no frio neste Natal.

"Vamos pensar em tantas crianças que estão sofrendo na Ucrânia por causa da guerra", disse o papa, em fala improvisada no final de sua audiência semanal no Vaticano.

O papa vem fazendo apelos pela Ucrânia em quase todas as suas aparições públicas, pelo menos duas vezes por semana, desde que a Rússia invadiu o país, em fevereiro.

"A maioria das crianças que eu vi aqui não conseguem sorrir", disse o pontífice, referindo-se às crianças ucranianas refugiadas em Roma.

"É muito grave quando uma criança perde a capacidade de sorrir. Essas crianças carregam com elas a tragédia dessa guerra tão desumana, tão chocante. Vamos pensar no povo ucraniano neste Natal - sem eletricidade, sem aquecimento, sem o essencial para sobreviver", afirmou Francisco.

A aproximação do inverno no hemisfério Norte preocupa particularmente a Ucrânia. Nos últimos meses, a Rússia focou a infraestrutura civil do país, o que comprometeu seriamente a distribuição de energia elétrica e, como consequência, a subsistência do povo ucraniano.

Na semana passada, o papa pediu que as pessoas gastem menos com celebrações e presentes de Natal e que enviem mais doações à população da Ucrânia, para ajudar a lidar com a fome e com o frio do inverno que se aproxima. "É lindo celebrar o Natal, mas vamos baixar o nível de gastos. Vamos ter um Natal mais humilde, com presentes mais humildes, e enviar o que economizarmos para o povo ucraniano", disse o pontífice.

Durante suas audiências semanais, o papa Francisco recebe um calendário de Yulia Fedosiuk, mulher de um soldado ucraniano do regimento Azov, que luta contra a Rússia.
Durante suas audiências semanais, o papa Francisco recebe um calendário de Yulia Fedosiuk, mulher de um soldado ucraniano do regimento Azov, que luta contra a Rússia. - Yara Nardi/REUTERS

Há duas semanas, Francisco chorou ao falar da Guerra da Ucrânia e se referiu ao país como uma nação martirizada. Na ocasião, a voz do papa ficou trêmula ao mencionar a população local. Após segundos de silêncio, ele retomou a fala com a voz embargada.

Francisco tem feito críticas ora veladas, ora explícitas à Rússia. Em setembro, ele instou a Ucrânia a se abrir ao diálogo em busca de uma negociação de paz, mas disse que considerava "moralmente aceitável" a doação de armas de países do Ocidente a Kiev.

"A autodefesa é não só lícita como uma expressão de amor pela terra natal. Alguém que não defende a si, que não defende alguma coisa, não ama essa coisa. Quem a defende, a ama", disse Francisco, na ocasião.

O Vaticano lançou uma campanha de financiamento coletivo para mandar roupas de baixo térmicas para a Ucrânia.

Vários países na Europa e outras regiões estão fornecendo transformadores, interruptores e cabos, além de geradores a diesel, para gerara eletricidade e aquecimento no país durante o inverno.

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