Descrição de chapéu União Europeia

Croácia entra na zona do euro e em área de livre circulação da Europa

País é membro da UE desde 2013 e anuncia mudanças como passos estratégicos para maior integração com o bloco

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Zagreb | AFP

A Croácia começou o ano de 2023 com uma nova moeda corrente e como parte da área de livre circulação da União Europeia. Neste domingo (1º), o país abandonou formalmente a kuna, tornando-se o 20º membro do bloco a entrar na zona do euro, e passou a integrar o espaço Schengen, junto com outros 26 países.

O espaço Schengen é uma uma ampla região com mais de 400 milhões de europeus que podem viajar livremente, sem controles nas fronteiras domésticas. A maior parte de seus membros também compõe a UE, mas há ainda países como Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

"Não há nenhum lugar na Europa onde o ideal [europeu] seja mais verdadeiro do que aqui na Croácia", escreveu no Twitter Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, durante visita ao país.

O primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em café na capital Zagreb
O primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em café na capital Zagreb - Denis Lovrovic - 1º.jan.23/AFP

Ela se reuniu com o premiê da Croácia, Andrej Plenkovic, e com o presidente da Eslovênia, Pirc Musar, em um posto na fronteira entre os dois países. "É um dia que será lembrado nos livros de história", afirmou Von der Leyen, somando-se a Plenkovic, que também se referiu às mudanças como um marco.

"Há momentos históricos, especiais, que devem nos dar grande honra, e, quando testemunhamos a conquista de objetivos estratégicos de um Estado, este é um desses dias", afirmou o premiê.

A Croácia se tornou independente da Iugoslávia em 1991, após uma guerra em que morreram cerca de 20 mil pessoas. Desde julho de 2013, é um membro da UE. De acordo com Plenkovic, as entradas na zona do euro e no espaço Schengen representam "objetivos estratégicos para alcançar maior integração" no bloco.

Von der Leyen e Plenkovic posaram pagando cafés com notas de euro, e o presidente do Banco Central da Croácia, Boris Vujcic, sacou cédulas de euro em um caixa eletrônico em Zagreb, capital do país.

Os gestos são simbólicos, pois a moeda do bloco já era amplamente utilizada entre os croatas —80% dos depósitos bancários são feitos em euro e a maioria dos clientes internacionais de suas empresas provém de países que usam a moeda única europeia.

A mudança, no entanto, desagradou parte dos croatas. "Vamos sentir falta da nossa kuna, porque os preços vão disparar", lamentou o aposentado Drazen Golemac, 63, em depoimento à agência de notícias AFP. A crise atual, acentuada pela Guerra da Ucrânia, fez com que a Croácia registrasse inflação de 13,5% em novembro, enquanto a média na zona do euro foi de 10%.

O fim dos controles nas fronteiras em decorrência da entrada no espaço Schengen é visto com mais otimismo. A decisão deve fortalecer o setor do turismo —a Croácia recebeu em 2022 um número de visitantes quatro vezes superior à sua população de quase 4 milhões de habitantes.

Ao todo, 73 postos de fronteira pararam de fazer verificações no domingo. Em aeroportos, o controle permanece até 26 de março, devido a adaptações técnicas. Zagreb também deve continuar monitorando, de forma restritiva, a chegada de migrantes em situação irregular de países vizinhos não pertencentes à UE, como Bósnia, Sérvia e Montenegro. A Croácia fica no meio da rota dos Bálcãs Ocidentais, usada por muitos migrantes, assim como por traficantes de armas, de drogas e de pessoas.

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