Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Ex-agente do FBI é detido por vínculos com oligarca russo nos EUA

Diretor aposentado da polícia federal é acusado de ter prestado serviços de inteligência para magnata alvo de sanções

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Nova York | AFP e Reuters

Um ex-agente do FBI, a polícia federal americana, foi detido no fim de semana e solto após pagar fiança por seus laços com um magnata russo, disse o Departamento de Justiça americano nesta segunda (23).

Charles McGonigal, 54, é acusado de ter prestado serviços de inteligência para Oleg Deripaska, fundador do gigante de alumínio Rusal e alvo de sanções dos Estados Unidos desde 2018 —ele, outros oligarcas russos e autoridades do governo foram incluídos em uma lista de Washington por suspeita de envolvimento em uma trama para influenciar o pleito que alçou o republicano Donald Trump à Presidência, o que eles negam.

O ex-agente do FBI Charles McGonigal diante de tribunal federal em Manhattan após ser detido por suspeitas de ter violado sanções americanas à Rússia
O ex-agente do FBI Charles McGonigal diante de tribunal federal em Manhattan após ser detido por suspeitas de ter violado sanções americanas à Rússia - Andrew Kelly - 23.jan.23/Reuters

McGonigal dirigiu a unidade de contrainteligência do FBI em Nova York até se aposentar, também em 2018. Ele é acusado de tentar suspender as sanções contra Deripaska em 2019, sem sucesso.

Depois, em 2021, teria conduzido, a pedido dele, uma investigação sobre um de seus empresários rivais, recebendo o pagamento por meio de firmas de fachada. Se considerado culpado pelas ações, o ex-agente pode ser condenado a 20 anos na prisão.

Ele compareceu ao tribunal ao lado de seu suposto cúmplice, Serguei Shestakov, ex-diplomata russo que se naturalizou americano e atua como tradutor juramentado nos EUA. A Procuradoria alega que Shestakov fez afirmações falsas a investigadores, o que ele nega.

McGonigal ainda é suspeito em outro caso, por ocultar pagamentos relacionados às suas atividades no Leste Europeu enquanto ainda trabalhava no FBI. De acordo com os procuradores envolvidos na apuração, ele recebeu US$ 225 mil em dinheiro vivo de um ex-agente do serviço secreto da Albânia naturalizado americano que servia como fonte para uma investigação que ele supervisionava.

O ex-agente também teria violado obrigações ao ocultar que estava em contato com o premiê do Kosovo. Ele alega inocência. "Hoje é um dia angustiante para McGonigal e sua família. Revisaremos as evidências, examinando-as de perto", disse seu advogado, Seth DuCharme, diante do tribunal em Manhattan.

As sanções dos EUA contra a Rússia são parte do esforço americano para dar um fim à Guerra da Ucrânia —que o Kremlin, quase um ano após o seu início, ainda chama de "operação militar especial".

Deripaska foi acusado de violar punições contra ele em setembro passado, ao armar um esquema para que seus filhos nascessem nos EUA —ele está foragido. No mês seguinte, o empresário britânico Graham Bonham-Carter foi indiciado por conspirar para violar as sanções ao tentar retirar do país uma obra de arte pertencente a Deripaska. Agora, ele enfrenta uma possível extradição.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.