Descrição de chapéu 11 de setembro

Mortes em atentado a mesquita no Paquistão sobem a 100

Equipes de emergência seguem vasculhando escombros, mas sem esperança de encontrar sobreviventes

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Peshawar | Reuters e AFP

O número de mortos do atentado a uma mesquita em Peshawar, no Paquistão, subiu para cem nesta terça (31), um dia após o incidente. Destes, 97 eram policiais —o local sagrado ficava em um complexo que abriga vários prédios oficiais, incluindo as sedes da forças de segurança, e a explosão aconteceu quando os agentes faziam as orações do meio-dia, tradicionais para os muçulmanos.

Há, ainda, 221 feridos. Até agora, nenhuma organização reivindicou a autoria do ataque, supostamente realizado por um homem-bomba. O delegado de Peshawar, Muhammad Ijaz Khan, afirmou, porém, que o incidente foi uma represália de grupos islâmicos armados contra a polícia. "Estamos na linha de frente, e por isso servimos de alvo", disse ele.

Soldado e socorristas avaliam os estragos após atentado suicida destruir mesquita em Peshawar, no Paquistão
Soldado e socorristas avaliam os estragos após atentado suicida destruir mesquita em Peshawar, no Paquistão - Fayaz Aziz/Reuters

Investigações apontam que o suspeito entrou na mesquita com entre 10 e 12 quilos de pequenos explosivos. As autoridades afirmam não saber como ele conseguiu ultrapassar os muitos postos de controle no trajeto que fez até o distrito policial dentro do complexo. O local servia de lar para agentes de baixo e médio escalão e suas famílias, e a mesquita havia sido construída para permitir que eles rezassem sem deixar a área.

O suposto terrorista disparou as bombas no momento em que os cerca de 300 a 400 homens reunidos se preparavam para rezar. O choque da explosão levou parte do edifício a colapsar, soterrando muitos dos presentes. Equipes continuaram a vasculhar os escombros em busca de corpos ao longo desta terça-feira, embora pela manhã já não houvesse expectativa de encontrar sobreviventes.

Dezenas de policiais que morreram no atentado foram enterrados em cerimônias solenes, com seus caixões cobertos pela bandeira do Paquistão.

Caixões de agentes mortos em atentado suicida a mesquita dentro da sede da polícia em Peshawar são cobertos com bandeira do Paquistão em cerimônia funerária
Caixões de agentes mortos em atentado suicida a mesquita dentro da sede da polícia em Peshawar são cobertos com bandeira do Paquistão em cerimônia funerária - Departamento de Polícia do Paquistão - 30.jan.23/AFP

O chefe de polícia da província, Moazzam Jah Ansari, afirmou que a organização suspeita que um grupo relacionado ao Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) esteja por trás do atentado. Um comandante da facção, conhecida como o Talibã Paquistanês, chegou a assumir a responsabilidade pela ação inicialmente. Horas depois, no entanto, um porta-voz do grupo negou envolvimento na explosão, alegando que a política do TTP não prevê ataques a mesquitas e a outros locais de culto.

O grupo, formado por radicais que desejam substituir o atual governo por um regime islâmico linha-dura, tem realizado ataques cada vez mais constantes desde que pôs fim a um acordo de paz facilitado pelo Talibã afegão no ano passado.

O atentado é o segundo a uma mesquita em Peshawar em menos de um ano —a cidade, que fica no limite com as áreas tribais autônomas na fronteira com o Afeganistão, é alvo frequente de militantes. Em março do ano passado, o EI-K, braço local do grupo terrorista Estado Islâmico, assumiu a autoria de um ataque suicida que deixou 64 mortos, o mais grave registrado no Paquistão desde 2018.

O país tem enfrentado um agravamento da situação de segurança desde que o Talibã retomou o poder no Afeganistão, em agosto de 2021. Na segunda, o governo paquistanês decretou alerta máximo no país, designando franco-atiradores para proteger edifícios e pontos de acesso em Islamabad.

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