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O pior já passou —ao menos agora. Com queda de 44,3% no número de pacientes graves com Covid e diminuição de 72% nas mortes diárias em relação à primeira semana do ano, a China parece ter deixado para trás o pico da primeira grande onda da doença desde a reabertura promovida em dezembro do ano passado.
Os dados foram revelados na quarta (25) pela Comissão Nacional de Saúde, segundo a qual houve redução no número de atendimentos nas salas de emergência e nas chamadas clínicas de febre, centros que recebem e tratam pacientes infectados com o vírus.
Vencida a primeira etapa, o foco agora deve ser a zona rural, onde a falta de médicos e de infraestrutura hospitalar é um problema crônico.
A China celebrou no fim de semana passado o seu primeiro Festival de Primavera pós-pandêmico. A data é famosa por representar a maior migração humana do planeta —de acordo com o Ministério dos Transportes, cerca de 2,1 bilhões de viagens foram realizadas em todo o país neste ano, o dobro de 2022. É, também, o momento em que a maioria dos trabalhadores migrantes deixa as grandes cidades e retorna para suas vilas de origem.
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Xi está ciente do risco e passou parte do feriado falando com profissionais de saúde e pacientes com Covid. Ele pediu que médicos e enfermeiros resistam à "feroz e séria" onda da doença que assola o país;
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"Estou mais preocupado com as áreas rurais e os agricultores. As instalações médicas são relativamente vulneráveis nessas partes do país, tornando mais difícil prevenir [a Covid]. O desafio é mais árduo", admitiu ele em uma chamada com moradores da zona rural da província de Sichuan, no sudoeste da China.
Por que importa: se a onda de Covid nas grandes cidades já foi um desafio, a pobreza da zona rural chinesa deve representar o ponto sanitário mais crítico no combate à pandemia.
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Como reportou o jornal nipo-britânico Financial Times, medicamentos eficazes contra o vírus, como o Paxlovid, da Pfizer, já estão em falta em vários hospitais de vilas e cidades do interior, forçando muitos a recorrer a amigos e parentes que vivem em Xangai ou em Pequim para ter acesso ao tratamento;
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Segundo a BBC, cresceu a demanda por caixões nas fábricas da zona rural, enquanto o número real de casos e mortes nessas partes do país segue incerto.
o que também importa
Xi Jinping enviou uma mensagem à cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), sediada neste ano em Buenos Aires.
Em um vídeo gravado, disse que os países da região "são membros importantes do mundo em desenvolvimento" e que considera a Celac "nossa principal parceira para aumentar a solidariedade entre os países em desenvolvimento e promover a cooperação Sul-Sul."
A mensagem chega à região em meio a um imbróglio. A China aventa desde o ano passado um acordo comercial com o Uruguai, o que põe em xeque a regra de negociação conjunta do Mercosul. A proposta encontrou forte resistência de Argentina e Brasil, com o presidente Lula (PT) afirmando em Montevidéu que está aberto a um acordo com o gigante asiático envolvendo todo o bloco, mas só após a conclusão das tratativas com a União Europeia.
O engenheiro chinês Ji Chaoqun foi condenado a oito anos de prisão nos EUA após ser considerado culpado por espionagem. A sentença foi revelada na quarta (25).
Segundo a Divisão de Segurança Nacional do Departamento de Justiça americano, Ji entrou no país em 2013 com visto de estudante. Desde então, funcionava como espécie de "recrutador" do Ministério de Segurança de Estado da província de Jiangsu, identificando engenheiros e cientistas dos EUA que pudessem ser aliciados.
A promotoria em Chicago responsável pelo caso flagrou o envio de pelo menos oito perfis à inteligência chinesa, todos de cidadãos da China ou de Taiwan naturalizados americanos. Não há evidências de que eles tenham colaborado efetivamente com Ji.
fique de olho
A Trip.com, agência de viagens sediada em Singapura e uma das poucas empresas estrangeiras com ampla operação na China, registrou aumento superior aos níveis pré-pandêmicos nas vendas de passagens, ingressos de atrações, reservas de hotel, excursões, seguro viagem, entre outros, nos primeiros quatro dias do Festival de Primavera.
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Segundo a companhia, o volume de reservas de passagens turísticas aumentou em 50% no comparativo com o feriado em 2022;
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Confirmando a tendência de melhora, a agência Fliggy, parte do conglomerado da Alibaba, disse ter registrado aumento de 500% nas reservas de viagens domésticas de longa distância, enquanto o número de produtos relativos a viagens internacionais mais que dobrou.
Por que importa: não foram só os países vizinhos e muito dependentes do turismo chinês que sofreram durante a Covid zero. As fronteiras internacionais estavam fechadas, mas restrições de circulação interna também impactaram severamente o turismo doméstico, que só agora começa a dar sinais de recuperação. O setor será crucial para a retomada econômica chinesa, já que até 2019 representava cerca de 11% de todo o PIB nacional.
para ir a fundo
- Vai até terça (31) o prazo para se inscrever na seleção do Yenching Global Symposium. Organizado pela Universidade de Pequim, o fórum reunirá jovens líderes e acadêmicos para discutir "riscos, incertezas e desafios globais" pós-pandemia (gratuito, em inglês e chinês)
- A PUC Minas reabriu até 23 de fevereiro as inscrições para a especialização EAD "China Contemporânea". Iniciativa pioneira no Brasil, a formação discute temas políticos, econômicos e culturais da China. As aulas começam em março. (pago)
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