Descrição de chapéu Governo Biden China

Defesa dos EUA emite alerta sobre balão espião da China no céu americano

Pentágono cogitou derrubar objeto, mas recuou devido a riscos de danos causados por destroços

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Washington | Reuters

O Pentágono anunciou nesta quinta (2) que está monitorando um balão espião da China sobrevoando os EUA. O general Pat Ryder, porta-voz da Defesa americana, afirmou que o objeto está voando a uma altura bem superior à do tráfego aéreo comercial e não representa uma ameaça à aviação civil. Destacou, porém, que essa não foi a primeira vez que um item do tipo sobrevoou o espaço aéreo americano.

Prédio do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, em Arlington, na Virgínia
Prédio do Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, em Arlington, na Virgínia - Joshua Roberts - 3.mar.22/Reuters

Depois de detectar o suposto balão espião, o governo dos EUA "agiu imediatamente" para se proteger contra a coleta de informações sigilosas —o tipo de ação tomada não foi detalhado pelo Pentágono.

Também não há planos, segundo Washington, de derrubar o balão, visto que isso poderia colocar civis em risco. Na avaliação dos militares, a ameaça que o objeto representa para a segurança e a inteligência dos EUA não justificaria uma ação desse tipo. Sob condição de anonimato, um funcionário da Defesa disse que não tinha autorização para comentar sobre as dimensões do balão, mas afirmou que se trata de um objeto grande o suficiente para causar danos com os destroços em caso de queda.

Líderes militares cogitaram derrubar o artefato sobre o estado de Montana, mas acabaram recuando da decisão. A rota do balão estaria levando o artefato a áreas consideradas sensíveis, incluindo a base da Força Aérea em Malmstrom, que abriga 150 silos de mísseis balísticos intercontinentais.

As autoridades da China foram contatadas, segundo os oficiais, e a embaixada chinesa em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O momento é de tensão entre as duas potências. Em um memorando vazado na semana passada, o general Mike Minihan, chefe do Comando de Mobilidade Aérea dos EUA, afirmou que os Estados Unidos e a China travarão uma guerra em 2025. O motivo seria uma tentativa de Pequim de tomar à força Taiwan, ilha que considera uma província rebelde.

"Espero estar errado, mas meu instinto diz que vamos lutar em 2025", escreveu. "As eleições presidenciais em Taiwan são em 2024, e elas darão a Xi [Jinping] uma razão. As eleições nos EUA em 2024 oferecerão a Xi uma América distraída. O time de Xi, suas razões e oportunidades estão todas alinhadas para 2025."

Também nesta quinta, a China reagiu ao anúncio de que as Filipinas concederam a Washington maior acesso às suas bases militares, na maior presença armada dos EUA no país em cerca de 30 anos.

"A aliança ajuda a defender um Indo-Pacífico aberto e livre", afirmou Lloyd Austin, secretário de Defesa dos EUA. "Discutimos ações concretas para lidar com atividades desestabilizadoras em águas filipinas e seguimos comprometidos com o reforço das nossas capacidades para resistir a um ataque."

Para Mao Ning, porta-voz da chancelaria chinesa, o movimento "eleva tensões e põe em perigo a estabilidade regional". "Países da região devem seguir vigilantes e evitar que sejam usados pelos EUA."

Ainda nesta quinta, o diretor da CIA, William Burns, fez um alerta para que as ambições de Xi em relação a Taiwan não sejam subestimadas. Segundo o chefe da inteligência americana, a agência tem informações de que o líder chinês ordenou que seus militares estejam de prontidão para uma invasão da ilha até 2027.

"Isso não significa que ele decidiu invadir em 2027, ou em qualquer outro ano, mas é um lembrete de seu foco e ambição", disse a autoridade americana durante evento em uma universidade em Washington.

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