Lula escolhe embaixador para Cuba e desfaz distância iniciada com impeachment

Christian Vargas ocupará posto vago desde 2016, quando cubanos não aceitaram nome indicado por Michel Temer

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu luz verde de Cuba para indicar Christian Vargas como novo embaixador do Brasil em Havana. Desde 2016, a missão na ilha é chefiada por um encarregado de negócios, na esteira do distanciamento nas relações após o impeachment de Dilma Rousseff.

Próximo a governos do PT, o regime cubano tratou a destituição como um golpe de Estado parlamentar. Inaugurou-se um período de congelamento dos elos, aprofundado pela Presidência de Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Pedro Ladeira - 16.fev.23/Folhapress

No período, a embaixada cubana em Brasília também foi chefiada por um encarregado de negócios —sinal do distanciamento diplomático. O nome do escolhido ainda precisa ser confirmado pelo Senado.

Hoje, Vargas é diretor do Departamento de Integração Regional do Itamaraty. Segundo o ministério, ele também serviu na missão do Brasil junto à União Europeia (1999-2002), em Montevidéu (2002-2004), em Buenos Aires (2007-2009), em Paris (2009-2011), em Washington (2015-2018) e em Moscou (2018-2020).

Trabalhou ainda na assessoria internacional da Presidência no período em que a estrutura era chefiada por Marco Aurélio Garcia, um dos formuladores da política externa dos dois primeiros mandatos de Lula.

No Itamaraty, o diplomata atuou também no gabinete do ex-chanceler Luiz Alberto Figueiredo, recém-designado embaixador extraordinário para a Mudança do Clima.

Além de Cuba, Lula iniciou uma reaproximação com a Venezuela. O caso de Caracas, porém, é considerado mais delicado, uma vez que Bolsonaro rompeu relações com o país e reconheceu o oposicionista Juan Guaidó como presidente. Em boa parte de seu governo, a embaixada em Caracas permaneceu fechada.

Sob Lula, o Brasil deu início à retomada com os planos de reabertura da representação diplomática na capital venezuelana. Pata tal, designou o diplomata Flávio Macieira para a tarefa de listar as providências a serem tomadas para reiniciar o funcionamento dos prédios da embaixada.

Ele atua na Venezuela como encarregado de negócios —nível hierárquico inferior ao de embaixador. O Brasil tem três prédios em Caracas: a embaixada, um consulado e a residência do embaixador —todos foram fechados pelo ex-chanceler Ernesto Araújo durante o governo Bolsonaro.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.