Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Biden e Pedro Sánchez enfatizam 'apoio incondicional' à Ucrânia

Líderes se encontram na Casa Branca e ponderam cessar-fogo nos moldes estabelecidos por Kiev

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Washington | Reuters

O presidente dos EUA, Joe Biden, recebeu nesta sexta-feira (12) o premiê espanhol, Pedro Sánchez, na Casa Branca, em Washington, para discutir os esforços contínuos de seus países em apoio à Ucrânia, nação invadida pela Rússia há 14 meses. Os líderes reiteraram "apoio incondicional" ao presidente Volodimir Zelenski e ponderaram um cessar-fogo para o conflito, nos moldes estabelecidos por Kiev.

"É claro que trabalhamos por uma paz duradoura e justa que respeite totalmente o direito internacional e também os princípios da carta da ONU", disse Sánchez depois do encontro. "Não se engane, nesta guerra há um agressor e uma vítima. O agressor é o presidente [Vladimir] Putin."

O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, (à esq.) ao lado do presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca
O premiê da Espanha, Pedro Sánchez, (à esq.) ao lado do presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca - Jim Watson/AFP

Na véspera da reunião, uma fonte diplomática espanhola afirmou à agência de notícias Reuters que o premiê Sánchez pediria ao líder americano que considerasse os planos de paz defendidos por Brasil e China na tomada de decisão sobre a Guerra da Ucrânia. Nesta sexta, um funcionário da Casa Branca disse, sob anonimato, que Pequim e Brasília podem desempenhar um papel em eventuais negociações, mas enfatizou que o fim do conflito deve respeitar os princípios de soberania e integridade territorial.

"Apoiamos o apelo de Zelenski por um fim justo para a guerra que respeite certos princípios, incluindo soberania e integridade territorial", disse à Reuters o americano antes da reunião entre Biden e Sánchez.

Sánchez e Biden não comentaram publicamente os planos de paz apresentados pelo Brasil e China. Em vez disso, o espanhol condicionou o fim da guerra à saída das tropas invasoras de toda a Ucrânia e à restauração do território ao que era delimitado antes da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014.

Sánchez esteve em Pequim há dois meses e, no final de abril, recebeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio de Moncloa, sede do governo espanhol. Na ocasião, o líder socialista agradeceu ao brasileiro por seu interesse em acabar com o conflito, mas ressaltou que havia "nuances" diferentes na proposta de paz defendida por cada um.

Lula defende a formação de um "clube da paz" com países que não estão envolvidos na guerra e que não sejam integrantes da Otan, a aliança militar ocidental. Mas a iniciativa não gerou entusiasmo entre líderes ocidentais até agora. Washington e Madri são membros da Otan, o que, por convenção, significa que dividem a mesma opinião sobre a necessidade de armar e prestar apoio à Ucrânia contra a Rússia.

Algumas das declarações do brasileiro, no entanto, repercutiram mal na comunidade internacional e geraram dúvidas acerca da alegada neutralidade do Brasil. No mês passado, por exemplo, Lula sugeriu que talvez Kiev tivesse que ceder território para chegar a um acordo com Moscou ao afirmar que o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, "não pode também ter tudo o que ele pensa que vai querer".

Nos Emirados Árabes Unidos (EAU), também em abril, o presidente brasileiro afirmou que, assim como a Rússia, a Ucrânia também é responsável pela guerra. Lula ainda recebeu críticas por ter recebido em Brasília o decano chanceler russo, Serguei Lavrov, que faria então um giro pela América Latina.

Ao longo dos últimos dias, Lula moderou seu discurso sobre a guerra, afirmando que Ucrânia e União Europeia têm suas razões no conflito do Leste Europeu. No último dia 9, depois de se encontrar com o premiê da Holanda, Mark Rutte, o brasileiro disse ainda que os ucranianos têm de resistir à invasão russa, em discurso mais alinhado ao que foi manifestado por Biden e Sánchez nesta sexta.

Além da Guerra da Ucrânia, os líderes americano e espanhol assinaram um acordo de cooperação em defesa e discutiram assuntos relacionados à migração, tema que desperta preocupação nos dois países.

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