Manifestantes atiraram pedras no prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, durante um comício na cidade de Erzurum, reduto político do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Imamoglu, que é candidato a vice-presidente, fazia um discurso no alto de um ônibus quando algumas pessoas da multidão atiraram pedras contra ele e seus apoiadores.
O político então interrompeu a fala e deixou o local no ônibus. "Estamos partindo para a segurança de vocês", disse Imamoglu aos apoiadores, acrescentando que apresentaria uma queixa criminal contra o governador de Erzurum e o chefe da polícia por, na visão dele, permitirem a violência.
Imagens mostram pelo menos uma pessoa ferida no rosto. "O governador de Erzurum ligou e me disse que sete pessoas ficaram feridas. Falei com nove feridos neste momento", disse ele nas redes sociais.
Membro do principal partido da oposição, o Partido Republicano Popular, Imamoglu se tornará vice-presidente caso o candidato Kemal Kilicdaroglu vença as eleições marcadas para o dia 14 de maio.
A tensão política na Turquia aumenta à medida que o pleito se aproxima. Pesquisas de opinião mostram que Erdogan enfrenta seu maior desafio eleitoral desde que chegou ao poder, há duas décadas.
Em um comício em Istambul, o presidente fez acenos para sua base eleitoral muçulmana conservadora e mais uma vez proferiu declarações de cunho homofóbico. "O AK e outras siglas da nossa aliança nunca seriam pró-LGBT, porque a família é sagrada para nós. Vamos enterrar os pró-LGBT nas urnas", disse ele.
Erdogan endureceu sua retórica contra a comunidade LGBTQIA+ nos últimos anos, frequentemente rotulando seus membros de desviantes. Neste domingo, ele também atacou Kilicdaroglu, que lidera a principal aliança da oposição. "Meu povo não permitirá que bêbados subam ao palco", disse ele. "Kemal, você pode beber barris, mas nada pode curá-lo. "Minha nação dará a resposta necessária em 14 de maio. Não permitiremos que Kilicdaroglu, que está de mãos dadas com os terroristas, divida nossa pátria."
O presidente também acusou o adversário de receber apoio do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, grupo separatista em conflito com a Turquia desde os anos 1980. Mais de 40 mil pessoas já foram mortas em razão da disputa. O partido é considerado um grupo terrorista por Turquia, EUA e União Europeia.
A oposição denuncia que a retórica usada por Erdogan para ligá-los a terroristas é perigosa e divisionista.
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