Polícia solta antimonarquistas detidos durante coroação de Charles 3º

Líder do Republic e outros 51 membros do grupo haviam sido presos sob acusação de perturbação à cerimônia

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Londres | Reuters

O líder do grupo antimonarquia Republic e outros manifestantes foram soltos pela polícia na madrugada deste domingo (7) após serem detidos enquanto protestavam contra a família real britânica, em Londres.

Além de Graham Smith, à frente da organização, 51 ativistas republicanos foram levados por policiais sob o argumento de que estariam perturbando o cortejo da coroação do Rei Charles . Na sexta-feira, o chefe da polícia londrina, Mark Rowley, havia dito que agentes tomariam medidas se manifestantes tentassem "obstruir a empolgação e a celebração" e que haveria uma "tolerância muito baixa" para a perturbação.

Manifestante do grupo Just Stop Oil é detido por policiais próximo ao local de coroação do Rei Charles 3º, na Abadia de Westminster, em Londres
Manifestante do grupo Just Stop Oil é detido por policiais próximo ao local de coroação do Rei Charles 3º, na Abadia de Westminster, em Londres - Justin Tallis - 6.mai.23/Reuters

O Republic afirmou que seus membros começaram a ser liberados 16 horas após a detenção. "Saí da delegacia de polícia. Ainda [estou] esperando meus colegas. Não se enganem. Já não há mais direito a protestos pacíficos no Reino Unido", escreveu Graham Smith no Twitter.

Em outro episódio, a polícia prendeu pessoas que, segundo agentes, portavam alarmes com a intenção de atrapalhar a cerimônia. O conselho de Westminster, porém, manifestou preocupação, já que voluntários organizados para um esquema de segurança noturna também foram detidos. "Estamos trabalhando com a polícia metropolitana para entender exatamente o que aconteceu", afirmou a vereadora Aicha Less.

O membro da oposição Wes Streeting se recusou a fazer comentários a respeito das prisões, mas disse que a polícia de Londres teria de prestar contas sobre sua abordagem. Já Lucy Frazer, ministra da Cultura, defendeu a atuação dos agentes diante de um evento com impactos sobre a segurança nacional. "De um modo geral, a polícia conseguiu encontrar o equilíbrio correto", afirmou ao canal de televisão Sky News.

A ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, por sua vez, condenou o que chamou de "alarmantes" prisões. "É algo que esperaríamos ver em Moscou, não em Londres", disse Yasmine Ahmed, diretora da organização no Reino Unido. "Protestos pacíficos permitem que os que estão no poder sejam responsabilizados, algo que o governo britânico parece estar cada vez mais relutante em fazer."

Cerca de 2.000 pessoas participaram dos atos em Londres, que tiveram 11 mil policiais na segurança.

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