Primeira mulher a chefiar polícia em Nova York anuncia renúncia inesperada

Keechant Sewell, uma policial negra, não deu explicações para deixar cargo na maior cidade dos EUA após 18 meses

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São Paulo

Keechant Sewell, chefe da polícia de Nova York, anunciou nesta segunda-feira (12) uma inesperada renúncia ao cargo no qual inaugurou a presença feminina, há 18 meses. A saída foi divulgada pela própria policial, uma mulher negra de 51 anos criada no Queens, em um email endereçado a seus colegas.

O texto, publicado pela estação de televisão local WABC-TV, elogia "a compaixão, o heroísmo e a abnegação" dos membros do departamento de polícia da maior cidade dos Estados Unidos, mas não explica os motivos da decisão. "Embora meu tempo aqui chegue ao fim, nunca me afastarei da defesa e do apoio ao departamento e sempre serei uma defensora da população da cidade de Nova York", afirmou.

A chefe de polícia de Nova York, Keechant Sewell, durante entrevista coletiva - Angela Weiss - 11.jan.23/AFP

"Vocês são um extraordinário corpo de funcionários públicos que trabalham duro e se dedicam à segurança desta cidade", escreveu ela, a terceira pessoa negra no cargo. "Vocês e seus predecessores são a razão pela qual o departamento de Nova York é conhecido como o padrão-ouro da aplicação da lei."

O prefeito Eric Adams, ele próprio um ex-capitão da polícia, nomeou Sewell como a 45ª chefe do departamento quando assumiu o segundo mandato de um líder negro da história da cidade, em janeiro de 2022, após fazer da segurança um dos principais temas de sua campanha.

Na época do anúncio, ela trabalhava havia 23 anos no condado de Nassau, onde coordenava cerca de 2.400 policiais. No dia de sua posse, em 1º de janeiro do ano passado, Sewell passou a chefiar cerca de 35 mil agentes. A policial sucedeu Dermot Shea, nomeado em 2019 pelo então prefeito Bill de Blasio.

Ela assumiu o cargo com a difícil tarefa de manter a cidade segura, já que a pandemia de coronavírus foi acompanhada por um aumento da criminalidade, e de restaurar a confiança da população na polícia, acusada de ter em suas fileiras agentes violentos, racistas e corruptos.

Nesta segunda, Adams creditou à policial o "papel de liderança no trabalho incansável deste governo para tornar a cidade de Nova York mais segura". "A comissária trabalhou quase 24 horas por dia durante um ano e meio, e somos gratos por seu serviço", afirmou ele, que não mencionou quem entrará no seu lugar.

O presidente do maior sindicato de policiais da cidade, Patrick Lynch, também elogiou Sewell , afirmando em um comunicado que ela causou um "impacto real" depois de "assumir um departamento de polícia em crise". "Ela se importava com os policiais nas ruas e estava sempre aberta a trabalhar conosco para melhorar nossas vidas e condições de trabalho", disse Lynch. "Sua liderança fará muita falta."

Paul DiGiacomo, líder de outra associação da classe, disse que funcionários do departamento ficaram tristes com a decisão. "Seu amor pelos agentes era genuíno e sincero. A nomeação histórica de Sewell não será esquecida tão cedo."

Com Reuters

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