Eric Adams se torna 2º prefeito negro a comandar Nova York, aponta projeção

Ex-policial, candidato democrata fez campanha focada na segurança pública

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Washington

O democrata Eric Adams foi eleito o novo prefeito de Nova York nesta terça-feira (2), segundo projeções da agência de notícias Associated Press e da CNN americana. Ele será a segunda pessoa negra a comandar a cidade na história. O primeiro foi o também democrata David Dinkins​, entre 1990 e 1993.

Com 62% da apuração concluída, Adams soma 66,7% dos votos, o que permitiu determinar a projeção de sua vitória sobre o radialista republicano Curtis Sliwa, que marca 28,2% da preferência.

Eric Adams, prefeito eleito de Nova York, após votar no Brooklyn - Andrew Kelly/Reuters

Adams, 61, ex-capitão da polícia de Nova York, centrou sua campanha na segurança pública e promete combater o crime de forma mais efetiva. A cidade enfrenta um aumento dos crimes violentos pela primeira vez em 30 anos. O novo líder terá de conduzir a cidade na retomada pós-pandemia, já que a crise sanitária freou o turismo e esvaziou o mercado de escritórios durante meses. Os dois setores são importantes fontes de renda para a maior metrópole dos EUA, onde vivem 8,4 milhões de habitantes.

A campanha do democrata foi financiada por empresários do establishment imobiliário, na cidade com o metro quadrado mais caro do país e com o maior número de apartamentos para locação, o que gera dúvidas sobre o quanto ele permanecerá ligado a esse grupo quando assumir o cargo. Ele é proprietário de imóveis e foi acusado de pouca transparência, deixando de registrar ao menos um apartamento.

Adams já se posicionou contra políticas de controle de preços de aluguel, adotadas durante a pandemia. Questionado sobre o tema, disse que regular aluguéis discrimina pequenos proprietários "negros e marrons" como ele. A maioria dos apartamentos para locação em Nova York, porém, pertence a empresários com dezenas de propriedades, e o lobby imobiliário é predominantemente branco.

O novo prefeito é hoje subprefeito do Brooklyn e atraiu uma coalizão diversa de eleitores, da conservadora e predominantemente branca Staten Island a bairros latinos de classe média no Queens e no Bronx.

Adams nasceu no Brooklyn, filho de pais que foram do Alabama para Nova York na década de 1950. Era o quarto de seis irmãos e teve uma infância pobre. Aos 15, foi preso por roubo e apanhou da polícia.

O caso, porém, o motivou a entrar nas forças de segurança para tentar mudar a forma como a corporação agia. Entrou na polícia de Nova York na juventude, ficou na instituição por 22 anos e saiu como capitão.

Na polícia, liderou uma associação de agentes negros e trabalhou com o grupo Nação do Islã. Em 1997, ele se registrou como republicano, mas em 2001 migrou para o Partido Democrata. Em 2006, elegeu-se para o Senado estadual e ficou no cargo até 2013, quando assumiu o cargo de administrador regional do Brooklyn.

Os democratas governam a cidade desde 2014, quando Bill de Blasio, que fica no cargo até o fim deste ano, sucedeu Michael Bloomberg. O empresário liderou a Prefeitura de Nova York por 12 anos —filiado ao Partido Republicano e como independente— e voltou ao Partido Democrata nas prévias da legenda à Presidência em 2020.

Também nesta terça, Alvin Bragg foi eleito advogado-geral do distrito de Manhattan. Ele será o primeiro negro a ocupar a posição e conduzirá a investigação sobre os negócios do ex-presidente Donald Trump, que inclui acusações de fraude fiscal.

Erramos: o texto foi alterado

Michael Bloomberg foi do Partido Republicano e independente quando prefeito de Nova York, não do Partido Democrata.

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