Descrição de chapéu imigrantes

Espanha revisa para 78 número de imigrantes resgatados nas Canárias

Guarda costeira do país europeu encontra dois nigerianos que tentavam chegar às ilhas na costa africana em leme de navio

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São Paulo

Após resgatar dezenas de imigrantes na segunda-feira (10), a Guarda Costeira da Espanha não conseguiu achar novas embarcações nas proximidades das ilhas Canárias, nesta terça-feira (11). As buscas tentam encontrar três barcos com, ao todo, mais de 300 imigrantes que desapareceram, segundo uma ONG.

Pela manhã, o serviço de resgate enviou um avião para sobrevoar o oceano Atlântico e pediu ajuda de navios que navegavam nas proximidades. Embora não tenha tido sucesso nas buscas nesta terça, na noite de segunda o órgão encontrou dois imigrantes nigerianos na proa de um navio, próximos à água.

Cruz Vermelha ajuda imigrantes a desembarcar de barco da Guarda Costeira espanhola em porto de Arguineguin, na Gran Canária
Cruz Vermelha ajuda imigrantes a desembarcar de barco da Guarda Costeira espanhola em porto de Arguineguin, na Gran Canária - Desiree Martin - 10.jul.23/AFP

Na segunda, a guarda resgatou na mesma região 78 imigrantes que tentavam chegar às ilhas Canárias, um território espanhol na costa noroeste África —anteriormente, as autoridades disseram que tinham encontrado 86 pessoas, versão que foi revisada. Eles foram recebidos por profissionais da Cruz Vermelha.

Num primeiro momento, a Espanha sugeriu que se tratava de uma embarcação desaparecida havia duas semanas com 200 pessoas, mas, depois, chegou-se à conclusão de que era outro grupo. Além desse barco, há outros dois que ainda não foram encontrados —um com cerca de 65 passageiros e outro com entre 50 e 60 pessoas a bordo. Todos deixaram o Senegal para tentar chegar à Espanha.

"Cada minuto conta para encontrar com vida as mais de 300 pessoas que viajam em barcos senegaleses. São necessários mais meios de busca e uma colaboração maior entre Mauritânia, Espanha e Marrocos", afirmou a fundadora da ONG Walking Borders, Helena Maleno.

A parte sul do Senegal está entre os principais pontos de partida de migrantes para a Europa, e a Espanha, entre as principais portas de entrada. A travessia é uma das mais mortais. Ao menos 559 pessoas —incluindo 22 crianças— morreram em 2022 em tentativas de chegar às Canárias, segundo a ONU.

Embora seja visto como uma das democracias mais fortes da África, o Senegal passa por um período de instabilidade após o líder da oposição Ousmane Sonko ser impedido de concorrer nas eleições no ano que vem em razão de uma decisão judicial. Nesta terça, ele disse que o fenômeno "macabro e angustiante" da migração irregular se deve ao "fracasso das políticas públicas do regime de Macky Sall", atual presidente.

Os dois imigrantes nigerianos que se esconderam no leme de um navio tentavam chegar às ilhas Canárias vindos do Togo, disse um porta-voz da guarda costeira nesta terça. Após os homens de 19 e 22 anos serem resgatados no porto de Las Palmas, eles foram levados a um hospital. Depois, foram liberados e transferidos de volta para um navio, que deve devolvê-los ao porto de origem, afirmou a polícia portuária.

No Twitter, a polícia marítima de Las Palmas postou fotos em que eles aparecem no leme sob o casco, logo acima da linha d'água do navio MSC Marta. As imagens acompanham uma legenda repleta de emojis.

O porta-contêineres partiu de Lagos, na Nigéria, em 2 de julho e parou em 4 de julho no Togo, segundo o jornal local La Provincia. Eles podem ter permanecido no leme por até sete dias.

Em um caso semelhante em novembro passado, a guarda costeira espanhola resgatou três homens que haviam chegado às ilhas Canárias após 11 dias no leme de um navio-tanque da Nigéria.

De acordo com a lei da Espanha, qualquer pessoa que chegue em situação irregular e sem solicitação de asilo deve ser devolvida pelo operador do navio ao porto de origem da viagem.

Com Reuters e AFP

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