O Ministério do Interior da Polônia anunciou nesta segunda-feira (10) que os serviços de segurança do país prenderam mais um membro de uma rede de espionagem da Rússia, elevando o número de detidos em uma investigação sobre o tema a 15. "O suspeito fazia vigilância em instalações militares e portos, e ele era pago pelos russos", afirmou o chefe da pasta, Mariusz Kaminski.
A Polônia tem sido um dos principais fornecedores de suprimento militar à Ucrânia em guerra. Em razão disso, o país se tornou um dos principais alvos de espiões russos —a embaixada russa em Varsóvia não respondeu a um pedido de comentário feito pela agência de notícias Reuters.
Em comunicado, os promotores poloneses disseram que o homem preso tinha cidadania ucraniana e estava na Polônia desde 2019. Ele será mantido em prisão preventiva e, caso seja considerado culpado, pode ser sentenciado a até dez anos de prisão.
Em junho, a Polônia deteve um jogador de hóquei no gelo pela acusação de espionagem. Segundo o Moscow Times, o homem foi identificado como o russo Maxim Sergueiev, 20, do Zaglebie Sosnowiec, clube da primeira divisão. Na ocasião, a Rússia exigiu explicações sobre a prisão de cidadãos do país.
Varsóvia também revelou ter desmantelado uma rede de espionagem russa em março. Nove pessoas que estariam monitorando rotas ferroviárias com destino à Ucrânia para boicotá-las foram presas na ação.
No mês seguinte, o país disse que estava introduzindo uma zona de exclusão de 200 metros em torno de seu terminal de gás natural liquefeito Swinoujscie. Mais uma vez, citou preocupações sobre espionagem.
O ministro Mariusz Kaminski também disse no ano passado que a Polônia expulsaria do país 45 russos que são, segundo o governo, "espiões que se faziam passar por diplomatas". Os exemplos de espionagem russa pelo mundo envolvendo cidadãos do país ou mesmo de outras nações são vários.
A Polícia Federal brasileira, por exemplo, ligou alerta no ano passado para os casos de supostos espiões de Moscou atuando pelo mundo com identidade brasileira. Três casos levantaram a suspeita do uso do país de forma sistemática para formar agentes ilegais pelo governo russo.
Serguei Tcherkasov, detido na Holanda e enviado para o Brasil em maio do ano passado, Mikhail Mikushin, detido na Noruega, e um suposto espião apontado por autoridades gregas pelo sobrenome Tchmirev se valiam de identidade brasileira para atuar para os serviços de inteligência russos.
Para os investigadores, a facilidade de conseguir uma certidão de nascimento no Brasil e, posteriormente, outros documentos até chegar ao passaporte é um atrativo para as agências de espionagem.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.