Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Polônia detém acusado de espionagem para Rússia, na 15ª prisão do tipo no país

Ministro do Interior afirma que homem com cidadania ucraniana vigilava instalações militares e portos poloneses

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Varsóvia | Reuters

O Ministério do Interior da Polônia anunciou nesta segunda-feira (10) que os serviços de segurança do país prenderam mais um membro de uma rede de espionagem da Rússia, elevando o número de detidos em uma investigação sobre o tema a 15. "O suspeito fazia vigilância em instalações militares e portos, e ele era pago pelos russos", afirmou o chefe da pasta, Mariusz Kaminski.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, ao lado de seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, durante cerimônia religiosa na cidade ucraniana de Lutsk
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, ao lado de seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, durante cerimônia religiosa na cidade ucraniana de Lutsk - 9.jul.23/Presidência da Ucrânia via AFP

A Polônia tem sido um dos principais fornecedores de suprimento militar à Ucrânia em guerra. Em razão disso, o país se tornou um dos principais alvos de espiões russos —a embaixada russa em Varsóvia não respondeu a um pedido de comentário feito pela agência de notícias Reuters.

Em comunicado, os promotores poloneses disseram que o homem preso tinha cidadania ucraniana e estava na Polônia desde 2019. Ele será mantido em prisão preventiva e, caso seja considerado culpado, pode ser sentenciado a até dez anos de prisão.

Em junho, a Polônia deteve um jogador de hóquei no gelo pela acusação de espionagem. Segundo o Moscow Times, o homem foi identificado como o russo Maxim Sergueiev, 20, do Zaglebie Sosnowiec, clube da primeira divisão. Na ocasião, a Rússia exigiu explicações sobre a prisão de cidadãos do país.

Varsóvia também revelou ter desmantelado uma rede de espionagem russa em março. Nove pessoas que estariam monitorando rotas ferroviárias com destino à Ucrânia para boicotá-las foram presas na ação.

No mês seguinte, o país disse que estava introduzindo uma zona de exclusão de 200 metros em torno de seu terminal de gás natural liquefeito Swinoujscie. Mais uma vez, citou preocupações sobre espionagem.

O ministro Mariusz Kaminski também disse no ano passado que a Polônia expulsaria do país 45 russos que são, segundo o governo, "espiões que se faziam passar por diplomatas". Os exemplos de espionagem russa pelo mundo envolvendo cidadãos do país ou mesmo de outras nações são vários.

A Polícia Federal brasileira, por exemplo, ligou alerta no ano passado para os casos de supostos espiões de Moscou atuando pelo mundo com identidade brasileira. Três casos levantaram a suspeita do uso do país de forma sistemática para formar agentes ilegais pelo governo russo.

Serguei Tcherkasov, detido na Holanda e enviado para o Brasil em maio do ano passado, Mikhail Mikushin, detido na Noruega, e um suposto espião apontado por autoridades gregas pelo sobrenome Tchmirev se valiam de identidade brasileira para atuar para os serviços de inteligência russos.

Para os investigadores, a facilidade de conseguir uma certidão de nascimento no Brasil e, posteriormente, outros documentos até chegar ao passaporte é um atrativo para as agências de espionagem.

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