O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, chancelou nesta sexta (28) uma lei que muda a celebração do Natal de 7 de janeiro para 25 de dezembro, em mais um movimento para se distanciar de tradições russas.
"A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro", afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.
A decisão é a mais recente de uma série de medidas da Ucrânia para se distanciar de Moscou, Antes, nomes de ruas e de cidades que remetiam à era soviética já haviam sido mudadas, e estátuas, removidas.
A lei ilustra o distanciamento crescente entre as igrejas ucraniana e russa, ampliado após o início da invasão promovida por Vladimir Putin, no final de fevereiro de 2022. Em 2019, a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), formada recentemente, obteve do líder dos cristãos ortodoxos sua independência.
Atualmente, existem duas grandes comunidades ortodoxas na Ucrânia: além da UOC, há também a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou (UOC-MP), mais longeva —que também declarou sua independência em maio de 2022, quando o patriarca russo Cirilo apoiou a Guerra da Ucrânia.
Cirilo, o máximo representante da Igreja Ortodoxa Russa, é um antigo aliado de Putin. Em 2012, por exemplo, ele chamou o governo russo de "milagre de Deus". Muitas comunidades de igrejas ortodoxas em todo o mundo, incluindo as da Rússia e da Sérvia, ainda usam o calendário juliano para suas celebrações religiosas, não o calendário gregoriano, concebido no final do século 16.
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