Descrição de chapéu mudança climática

Incêndios florestais forçam retirada de 30 mil pessoas no Canadá, e premiê aciona Forças Armadas

Chamas começaram há dias, mas neste domingo (20) se fundiram com as de outra queima

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Kelowna (Canadá) | Reuters e AFP

Trinta mil pessoas foram obrigadas por autoridades do Canadá a se retirar de suas casas devido a um incêndio florestal na província de Colúmbia Britânica, no oeste do país. As chamas começaram há dias, mas neste domingo (20), segundo oficiais, a situação ficou pior após o fogo se fundir ao de outro incêndio.

Assim, o premiê Justin Trudeau afirmou que enviará as Forças Armadas para ajudar os bombeiros no controle do incêndio. A província está sob estado de emergência desde a noite de sexta-feira (18).

Incêndios florestais em Upper Park Rill Creek, no South Okanagan de British Columbia, no Canadá
Incêndios florestais em Upper Park Rill Creek, no South Okanagan de British Columbia, no Canadá - British Columbia Wildfire Service - 20.ago.23/Handout via Xinhua

O fogo resultante dessa fusão já cobre mais de 41 mil hectares da região de Shuswap, a 500 quilômetros a nordeste de Vancouver, de acordo com os bombeiros. Os ventos do norte favoreceram o avanço do incêndio, que destruiu vários edifícios da região –ainda não há um número exato de prédios afetados.

Uma nuvem de fumaça permanece sobre Kelown, 150 km ao sul de Shuswap. O município tem cerca de 150 mil habitantes, e milhares tiveram que abandonar suas casas. Além das 30 mil pessoas que tiveram de deixar suas residências, 36 mil estão prontas para se deslocar, disseram autoridades no sábado (19).

"Enfatizamos a importância absoluta de seguir imediatamente as ordens de retirada", disse o chefe de emergência da Colúmbia Britânica, Bowinn Ma. "É uma questão de vida ou morte para quem está nessas casas, e também para os socorristas, que às vezes são forçados a voltar e pedir às pessoas que saiam."

Autoridades também pediram que viagens para zonas de incêndio sejam evitadas, assim como o uso de drones para tirar fotos, o que prejudica a atuação dos bombeiros –quatro socorristas já morreram.

O premiê da Colúmbia Britânica, David Eby, proibiu no sábado viagens não essenciais, a fim de liberar acomodações para desalojados e bombeiros. Além disso, parte da rodovia TransCanada, usada por milhares de motoristas que se dirigem a Vancouver, o porto mais movimentado do país, foi fechada.

Os incêndios também afetam o norte do país, como a capital dos Territórios do Noroeste, Yellowknife, cercada há dias por focos de incêndios, onde quase todos os 20 mil habitantes precisaram sair de casa.

O Canadá enfrentou fenômenos extremos nos últimos anos, cujas intensidade e frequência aumentaram devido à crise climática. Mas, especialmente neste ano, o país vive uma temporada recorde de incêndios florestais: 14 milhões de hectares foram queimados, o dobro do último recorde, de 1989. Cerca de 140 mil km quadrados de terra (quase o tamanho do Amapá) já foram destruídos em todo o país em 2023.

Tempestade Hilary

No México, a tempestade tropical Hilary atingiu a península da Baixa Califórnia neste domingo, provocando intensas chuvas na região. O fenômeno segue em direção ao sudoeste dos Estados Unidos, e meteorologistas americanos alertam para "inundações catastróficas" com risco de morte.

Uma pessoa morreu no México em meio a relatos de enchentes repentinas na península, com estradas danificadas e imagens nas redes mostrando torrentes furiosas descendo pelas ruas da cidade.

Nos EUA, a tempestade já atrapalhou voos e eventos esportivos antes mesmo de chegar, enquanto autoridades alertam os moradores a permanecer em casa e manter suprimentos de emergência à mão.

Embora Hilary tenha enfraquecido nas últimas 48 horas ao se aproximar da terra, ela ainda pode se tornar a pior tempestade a atingir o sudoeste do país, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia.

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