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Prefeito aliado de Rafael Correa diz ter sido vítima de atentado no Equador

Francisco Tamariz afirma que suspeitos saíram de viatura; mais tarde, presidenciável presenciou tiroteio

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São Paulo

Um dia antes das eleições presidenciais no Equador, o país voltou a registrar relatos de atentados contra políticos –ou ao menos perto deles. Os casos agora envolvem o prefeito da cidade equatoriana de La Libertad, Francisco Tamariz, e o presidenciável Otto Sonnenholzne.

Tamariz disse neste sábado (19) ter sido vítima de um atentado a tiros. "Tentaram ME MATAR", postou ele na plataforma X, o ex-Twitter. Segundo o prefeito, há ao menos oito testemunhas do ataque, que teria ocorrido na noite de sexta. Tamariz destacou que saiu ileso do ataque, junto com a esposa e dois parentes que viajavam num veículo blindado –o carro, afirmou ele, foi alvo de 30 disparos.

Policiais em comício de encerramento da campanha do candidato à Presidência Christian Zurita, que substituiu Fernando Villavicencio, em Quito
Policiais em comício de encerramento da campanha do candidato à Presidência Christian Zurita, que substituiu Fernando Villavicencio, em Quito - Henry Romero - 17.ago.23/Reuters

Mais tarde, no Facebook, detalhou que, ao retornar do porto de Guayaquil, no sudoeste do país, sua caminhonete blindada foi alvejada por duas pessoas à paisana que saíram de uma viatura. "Em questão de segundos começaram a crivar o carro (…), começaram a disparar contra nós, nunca perguntaram quem estava ali", disse ele em um vídeo gravado ao lado da esposa. Ambos vestiam coletes à prova de balas.

"Se [o carro] não fosse blindado, irmão equatoriano, eu não estaria aqui. Seria impossível estar falando com você após os 30 tiros que foram [...] direcionados à caminhonete em que eu estava", acrescentou. Até a publicação deste texto, a polícia e o governo equatoriano não haviam se pronunciado sobre o caso.

Tamariz é aliado do ex-presidente Rafael Correa, hoje exilado na Bélgica devido a uma condenação num processo em seu país natal no qual é acusado de corrupção.

Ainda neste sábado, um tiroteio aconteceu próximo ao local onde o candidato à Presidência Otto Sonnenholzner tomava café com sua família, em Guayaquil. "Acabamos de sofrer um tiroteio. Graças a Deus estamos bem, mas exigimos uma investigação sobre o ocorrido. Não podemos continuar assim. Amanhã mudamos de rumo!", postou na plataforma X. Em entrevista coletiva, a Polícia Nacional disse que os disparos resultaram de uma perseguição contra bandidos que haviam roubado uma loja de roupas.

No último dia 9, o presidenciável Fernando Villavicencio, crítico ferrenho de Correa, foi morto a tiros quando saía de um comício em Quito. Menos de uma semana depois, um membro do partido do ex-presidente foi assassinado a tiros perto da fronteira com a Colômbia. À Folha Correa afirmou que o assassinato de Villavicencio é um complô para prejudicar a vitória de sua aliada na disputa presidencial, Luisa González –favorita no pleito, segundo as pesquisas.

"Há uma campanha nas redes culpando-nos pela morte. Quem ganha com isso é a extrema direita, pois sabiam que íamos vencer no primeiro turno, e isso nos tirou pontos nas pesquisas", disse. Ele chegou a cogitar até o envolvimento da CIA, a agência de inteligência dos EUA, no homicídio.

Na quinta (17), durante o encerramento de sua campanha, o candidato presidencial Daniel Noboa, de direita, denunciou um ataque a tiros contra sua caravana, da qual saiu ileso. Autoridades, porém, dizem que o tiroteio não tinha relação com o evento político, que ao fim teve de ser interrompido.

Fato é que o Equador enfrenta uma onda de violência ligada ao narcotráfico nos últimos anos com massacres em prisões que deixaram mais de 430 presos mortos desde 2021 e uma taxa recorde de 26 homicídios nas ruas por 100 mil habitantes em 2022, quase o dobro do ano anterior.

Com AFP e Reuters

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