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Prigojin sugere estar na África em 1º vídeo após motim na Rússia

Líder do Grupo Wagner não aparecia em gravações desde rebelião que marcou maior crise de Putin no poder

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Boa Vista

Ievguêni Prigojin, o chefe do Grupo Wagner, organização de mercenários russos, postou o primeiro vídeo após o motim do grupo na Rússia que ocupou a cidade de Rostov-do-Don, no sul do país. A publicação foi feita em canais dos paramilitares no Telegram, nesta segunda-feira (21).

A câmera filma Prigojin de frente, em um descampado, vestindo uniforme militar e segurando um rifle. Atrás dele, ao longe, é possível ver mais homens com armamentos e veículos.

Ievguêni Prigojin, líder do grupo de mercernários Wagner, em Rostov-do-Don, ao fim do motim no final de junho deste ano
Ievguêni Prigojin, líder do grupo de mercernários Wagner, em Rostov-do-Don, ao fim do motim no final de junho deste ano - Alexander Ermochenko - 24.jun.23/Reuters

A agência Reuters não conseguiu geolocalizar ou verificar a data do vídeo, mas os comentários de Prigojin e algumas postagens nos canais que se posicionam a favor do Grupo Wagner sugerem que ele foi filmado na África —o líder mercenário menciona o continente.

"A temperatura é de mais de 50°C —tudo como gostamos. O Grupo Wagner torna a Rússia ainda maior em todos os continentes, e a África, mais livre. Justiça e felicidade para o povo africano, estamos transformando a vida do Estado Islâmico, Al-Qaeda e outros bandidos em um pesadelo", diz Prigojin no vídeo.

Depois, ele afirma que o Wagner está recrutando e que o grupo "cumprirá as tarefas que foram estabelecidas". O vídeo é acompanhado por diversos números de contatos telefônicos de representantes dos mercenários em regiões da Rússia, e a mensagem começa mencionando que a organização "retomou os trabalhos".

Desde a rebelião, no fim de junho, combatentes do Wagner se deslocaram para a Belarus e começaram a treinar as Forças Armadas do país aliado dos russos. O fim do motim, que segundo alguns analistas teve elementos de uma armação, foi mediado pelo ditador belarusso, Aleksandr Lukachenko.

Na ocasião, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que os paramilitares poderiam se juntar ao Exército russo, voltar para casa ou se mudar para o país vizinho.

Em comentários publicados no final de julho, Prigojin também havia dito que o grupo estava pronto para aumentar ainda mais sua presença na África.

Nos últimos anos, a presença do Grupo Wagner em países africanos tem aumentado em paralelo ao aprofundamento do apoio militar e de investimentos por parte de Moscou em nações do continente, transformando-o em mais um campo de batalha entre a Rússia e o Ocidente.

Caso recente e emblemático da presença russa na África é o Níger. Cenas posteriores ao golpe de Estado que ele sofreu mostravam apoiadores da junta militar que tomou o poder empunhando bandeiras da Rússia e queimando emblemas da França —o Níger foi colônia do país europeu, que é acusado de interferir em assuntos internos.

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