Cinco pessoas morreram na Cidade do Cabo, na África do Sul, em protestos violentos durante greve de motoristas que prestam serviço de táxi em micro-ônibus que começou na semana passada, afirmaram autoridades locais nesta terça-feira (8).
O Conselho Nacional Sul-Africano de Táxi (Santaco), entidade representativa do setor, anunciou na quinta-feira passada (3) uma paralisação regional após não resolver conflitos com o governo local.
Entre as principais queixas está um novo regulamento municipal que dá poder às autoridades locais para apreender veículos com infrações relativas a emplacamento, condições dos automóveis e motoristas pegos dirigindo sem licença, entre outros itens.
Atos violentos começaram a ocorrer já na semana passada, quando a polícia começou a aplicar a nova regra e apreender automóveis. Manifestantes atearam fogo em carros e ônibus e arremessaram pedras nas forças policiais.
Desde quinta-feira, 120 suspeitos de danos a propriedade privada, saques e violência foram presos, segundo o ministro da Polícia, Bheki Cele. Ele também afirmou que entre os mortos está uma pessoa de nacionalidade inglesa, de 40 anos, que foi morta a tiros. Os óbitos ainda estão sendo investigados.
A Prefeitura afirma que a greve e a violência dos protestos têm afetado drasticamente o transporte na cidade. "Aqui a violência nunca será tolerada como uma tática de negociação. Nós reiteramos o chamado ao Santaco para retornar pacificamente à mesa de negociação", disse o prefeito da Cidade do Cabo, Geordin Hill-Lewis.
O Santaco, por outro lado, mantém distância da violência dos protestos, e diz que os atos de vandalismo foram cometidos por manifestantes que não seriam integrantes do conselho.
Nesta terça, a ministra dos Transportes, Sindisiwe Chikunga, pediu publicamente em entrevista coletiva a liberação de todos os veículos apreendidos com base no novo regulamento, e afirmou que as regras extrapolam a legislação existente e contradizem a lei nacional. Ela também chamou as autoridades locais de "arrogantes" por não quererem participar das negociações.
Chikunga exemplificou a questão dizendo que alguns micro-ônibus foram apreendidos por trocarem de faixas sem sinalizar, o que é errado, mas não constitui motivo para apreensão sob a lei de tráfego nacional. "Até 6.000 táxis estão apreendidos com base em legislação equivocada", afirmou.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.