A tempestade tropical Idalia ganhou força nesta terça-feira (29) e virou um furacão depois de passar por Cuba e seguir em direção à costa do Golfo da Flórida, informaram autoridades americanas antes de ordenarem o esvaziamento de regiões do sudeste dos Estados Unidos.
Os moradores devem se preparar para uma possível tempestade de categoria 3, com ventos de pelo menos 179 km/h, afirmou o NHC (Centro Nacional de Furacões dos EUA). Espera-se que o Idalia atinja esse status de grande furacão na manhã desta quarta-feira (30) e chegue à costa no final do dia.
Cerca de 14 milhões de moradores da Flórida estão sob alerta de furacão, desde a área de Sarasota, no centro-oeste do estado, passando por Tampa e chegando à Baía de Apalachicola, ao norte.
"Apertem os cintos", disse o governador e pré-candidato à Presidência, Ron DeSantis, em entrevista coletiva na segunda (28). O republicano declarou estado de emergência em 46 condados e anunciou a retirada de moradores no oeste da Flórida. "Este será um furacão potente e, sem dúvidas, afetará o estado de muitas maneiras diferentes. Então, por favor, prestem atenção nas diretrizes das autoridades locais."
O presidente americano, o democrata Joe Biden, conversou com DeSantis e aprovou uma declaração de emergência para a Flórida, o que garante ajuda federal para enfrentar a passagem do fenômeno.
Caso as previsões se confirmem, o Idalia será o quarto grande furacão a atingir o estado em sete anos, depois do Irma em 2017, do Michael em 2018 e do Ian, que atingiu o pico na categoria 5, em setembro.
Ao passar por Cuba, com ventos de 110 km/h, a tempestade provocou a retirada de milhares de moradores do oeste da ilha. Os cubanos correram para esvaziar cidades costeiras e tentar salvar barcos de pesca.
No meio da tarde de segunda, porém, enchentes inundaram a pequena vila de pescadores de Guan. Ônibus de décadas atrás transportavam mulheres e crianças para lugares mais altos enquanto os ventos uivavam, sacudindo os telhados de zinco e batendo os barcos de pesca escondidos nos manguezais.
"Já tivemos dois dias de chuva", disse Yadira Alvarez, 34, enquanto esperava a retirada com seus cinco filhos. "Tentamos nos preparar, mas não importa o que façamos, tudo ficará encharcado."
A água da chuva, disse ela, já havia chegado perto da altura dos joelhos dentro de sua casa. Mais a oeste, ventos intensos perto do centro da tempestade atingiram a província rica em tabaco de Pinar del Rio, que abriga a matéria-prima de alguns dos melhores charutos cubanos. Dezenas de milhares foram retirados daquela província, assim como da vizinha Artemisa, enquanto fortes chuvas encharcavam Havana.
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