Rebaixado para tempestade tropical, mas com fortes ventos e chuvas, o furacão Michael atingiu as Carolinas do Norte e do Sul nesta quinta (11) após deixar um rastro de destruição na Flórida e na Geórgia. Em toda a região sete pessoas morreram devido ao fenômeno
O Michael, que tocou a terra como um furacão de categoria 4, foi a tempestade mais violenta a atingir a Flórida em 80 anos. Sua força diminuiu no caminho para a Geórgia e os outros estados, apesar de ainda provocar fortes chuvas e ventos de até 85km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC).
Autoridades do condado de Gadsden, na Flórida, confirmaram cinco mortes na região, incluindo a de um homem morreu após uma árvore caiu sobre sua casa. A quinta vítima é uma garota soterrada por destroços na Geórgia e uma sexta pessoa morreu na Carolina do Norte após uma árvore atingir seu carro.
Apesar de diminuição de sua intensidade, as autoridades das duas Carolinas e da Virgínia estão preocupadas porque a região ainda não se recuperou da passagem do Florence no mês passado, que já deixou um rastro de destruição e inundação.
Mais de 900 mil residências e comércios estão sem energia na região, incluindo 220 mil na Carolina do Norte.
O olho do Michael entrou em terra firme perto de Mexico Beach, uma localidade a cerca de 30 km ao sudeste de Panama City, por volta das 14h (horário de Brasília) da quarta-feira como um furacão de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson (que vai de 1 a 5), informou o Centro Nacional de Furacões. À 1h de quinta em Brasília, o fenômeno foi rebaixado para tempestade tropical.
Às 15h (horário de Brasília) desta quinta o centro do furacão se aproximava da cidade de Greensboro, na Carolina do Norte e a tendência é que ele volte para o oceano até o início da noite.
Fotos e vídeos de Mexico Beach, uma comunidade de cerca de mil habitantes, mostravam cenas de devastação absoluta. As casas pareciam flutuar no meio de ruas inundadas, algumas totalmente destruídas após terem perdido o teto.
"Minha casa em Mexico Beach está debaixo d'água", disse Loren Beltrán, uma contadora de 38 anos, depois de ver imagens de seu bairro. "Perdi tudo de material, mas graças a Deus estamos bem".
Ela e seu filho de três anos se refugiaram em outra casa, onde o panorama não era, no entanto, muito animador.
Panama City parecia uma área de guerra depois de ter sido atingida durante mais de três horas por fortes ventos e uma chuva intensa que caía horizontalmente. As ruas eram intransitáveis e havia antenas, tetos, árvores e semáforos espalhados por todos os lados.
O governador da Flórida, Rick Scott, havia anunciado que o furacão seria "a tempestade mais destrutiva a atingir o 'panhandle' da Flórida em um século". O "panhandle" é como se conhece em inglês esta faixa de terra na costa do Golfo do México.
A região está sem comunicação e energia e as ruas estão intransitáveis devido à grande quantidade de destroços e árvores.
Ao informar o presidente Donald Trump na Casa Branca, o diretor da Agência Federal de Emergências (FEMA), Brock Long, disse que o Michael foi o furacão mais intenso a afetar a região noroeste da Flórida desde 1851.
Em um comício na Pensilvânia na quarta-feira, Trump disse que seus "pensamentos e orações" estavam com os afetados pela tragédia e prometeu viajar à Flórida "em breve".
"Infelizmente, esta é uma situação histórica, incrivelmente perigosa e de risco de vida", disse Ken Graham, diretor do NHC.
O general Terrence O'Shaughnessy, comandante do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, disse que a rapidez com que a tempestade se formou e cresceu pegou os moradores desprevenidos.
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