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Xi Jinping planeja faltar à reunião do G20 na Índia, diz agência

Além do líder chinês, presidente russo, Vladimir Putin, deverá ser outra ausência na cúpula em Nova Déli

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Nova Déli | Reuters

O líder da China, Xi Jinping, planeja faltar à cúpula de líderes do G20, que acontece sob tensão nos dias 9 e 10 de setembro em Nova Déli, na Índia, segundo a agência de notícias Reuters.

Diplomatas chineses dizem que Xi será representado pelo primeiro-ministro Li Qiang. Antes, o premiê também deve substituir o líder na cúpula do Leste e Sudeste Asiático, na Indonésia, de 5 a 7 deste mês.

O líder chinês, Xi Jinping, durante entrevista em Shaanxi, na China
O líder chinês, Xi Jinping, durante entrevista em Shaanxi, na China - Florence Lo - 19.mai.23/Pool/Reuters

Os motivos para as prováveis ausências do dirigente não foram divulgados, mas as cúpulas acontecem num momento de impasse relacionado à Guerra da Ucrânia. Até agora, nos encontros preparatórios para a reunião do G20, os negociadores não conseguiram chegar a um consenso para a elaboração do documento final. A Rússia, com apoio da China, não admite menções ao papel de Moscou no conflito.

Já os países do G7Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia— exigem que todos os documentos, incluindo o comunicado final, a ser divulgado durante a reunião de líderes, condenem duramente o país liderado por Vladimir Putin.

O presidente russo deverá se ausentar no encontro do G20 na Índia. Putin planeja enviar em seu lugar o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Nova Déli não é signatária do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), então não seria obrigada a cumprir o mandado de prisão expedido pela corte contra Putin —o líder russo é acusado de participar da deportação em massa de crianças ucranianas, o que é considerado um crime de guerra.

Assim, o encontro seria um dos poucos eventos internacionais dos quais o chefe do Kremlin poderia participar sem medo de ser preso —o russo não foi à reunião do Brics, na África do Sul, na semana passada.

A cúpula do G20 era considerada uma oportunidade para diálogos entre Xi e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Eles se encontraram pela última vez à margem da reunião do bloco em Bali, na Indonésia, em novembro de 2022. "Espero que ele compareça", disse o americano nesta quinta (31).

À Reuters autoridades chinesas e americanas minimizaram a possível ausência de Xi no G20. Segundo diplomatas, a reunião de líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em São Francisco, marcada para novembro, será outra oportunidade para que ocorra uma reunião bilateral dos líderes.

Além dos impasses relacionados à Guerra da Ucrânia, a China possui atritos diplomáticos com a Índia devido a disputas na fronteira. A relação entre os países deteriorou depois que soldados entraram em confronto na região do Himalaia, em junho de 2020, em episódio que provocou 24 mortes.

O premiê indiano, Narendra Modi, teve uma rara conversa com Xi na cúpula do Brics, na África do Sul. Na ocasião, os líderes voltaram a manifestar preocupações sobre as disputas fronteiriças.

Farwa Aamer, diretora da organização Asia Society Policy Institute (ASPI), em Nova York, disse que a provável ausência de Xi na cúpula do G20 pode apontar que Pequim está "relutante em ceder o centro do palco" à Índia. "A China não quer que a Índia seja a voz do Sul Global, ou que seja aquele país da região do Himalaia que acolherá uma cúpula de muito sucesso", disse ela.

Porta-vozes dos ministérios das Relações Exteriores da Índia e da China não responderam aos pedidos de comentários feitos pela agência Reuters.

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