Descrição de chapéu terrorismo violência

Atirador suspeito de terrorismo em Bruxelas mata 2 suecos e fere 1

Bélgica eleva alerta de terrorismo ao nível máximo na capital; agressor foge e diz ser membro do Estado Islâmico

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Boa Vista

Dois cidadãos suecos foram mortos a tiros por um homem em Bruxelas nesta segunda-feira (16). De acordo com a Procuradoria-Geral da Bélgica, a motivação do ataque foi a nacionalidade das vítimas —nas últimas semanas, a Suécia foi palco de uma série de protestos em que o Alcorão, livro sagrado do islamismo, foi queimado publicamente.

O atirador fugiu, e estações de metrô na cidade foram fechadas pelas autoridades. O ataque aconteceu por volta das 19h15, no horário local, na região central da capital belga. A seleção masculina de futebol da Suécia estava jogando contra a equipe nacional na cidade, e o jogo foi suspenso durante o intervalo.

Polícia faz segurança de área onde ocorreu ataque a tiros na área central de Bruxelas, na Bélgica
Polícia faz segurança de área onde ocorreu ataque a tiros na área central de Bruxelas, na Bélgica - Johanna Geron - 16.out.23/Reuters

A Bélgica elevou seu alerta de terrorismo ao nível máximo na capital após o atentado. "Nossos pensamentos estão com amigos e familiares que perderam seus entes queridos" disse o premiê belga, Alexander De Croo, em publicação no X, o antigo Twitter. Ele também enviou condolências ao premiê sueco e afirmou que "a luta contra o terrorismo é uma luta conjunta".

O premiê disse que acompanhava o caso com ministros da Justiça e de Assuntos Internos e pediu aos residentes da capital que seguissem vigilantes. O ministro do interior da França, Gérald Darmanin, anunciou reforço nas fronteiras entre os dois países.

Em visita à Albânia, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Bruxelas foi novamente atingida por "um ataque terrorista islâmico" e que "a Europa está abalada".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por sua vez, solidarizou-se com as famílias das vítimas e chamou o incidente de abjeto. "Meu apoio absoluto às forças policiais belgas para que detenham rapidamente o suspeito. Estamos unidos contra o terror", publicou Von der Leyen em seu perfil no X.

O atentado ocorre poucos dias após um homem invadir uma escola na cidade de Arras, no norte da França, e matar a facadas um professor de língua francesa. O ataque, na sexta, deixou outro professor e um segurança do local feridos —o homem foi preso. No dia seguinte, ameaças de bomba forçaram o Museu do Louvre e o Palácio de Versalhes a fechar suas portas.

O autor do incidente em Arras teria gritado "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe), segundo disseram membros da prefeitura e da polícia à agência de notícias AFP. A polícia afirmou que o homem, de origem tchetchena, já era conhecido por órgãos de segurança por seu envolvimento com o islamismo radical.

Também o autor do atentado desta segunda em Bruxelas teria dito a expressão ao cometer os assassinatos, de acordo com relatos de testemunhas ouvidos pela imprensa local.

Nas redes sociais, um vídeo da ação mostra o agressor correndo atrás de pessoas com o que parece ser um fuzil e atirando. Em outro registro, um homem reivindica o ataque e diz ser "um guerreiro de Alá" que pertence ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI) e "se vingou em nome dos muçulmanos".

O ataque traz à memória as rusgas mais recentes entre a Suécia e seguidores do islamismo. O consentimento de Estocolmo à realização de atos que envolvem profanação do Alcorão gerou ao longo do ano revolta em países de maioria muçulmana.

Em julho, chancelarias de Arábia Saudita, Qatar e Irã convocaram os diplomatas suecos em seus países —a medida é vista como uma reprimenda na prática diplomática. Líderes religiosos no Iraque e em Teerã, e também de grupos radicais, como o libanês Hizbullah, convocaram a população para protestos e orações nas ruas.

Apesar das suspeitas iniciais, a procuradoria descartou ligações entre o ataque e a guerra atual entre Israel e o Hamas.

Ataques terroristas foram relativamente frequentes em Bruxelas, centro político da União Europeia, nos últimos anos.

No começo de 2016, poucos meses após os atentados de novembro de 2015 em Paris, terroristas do EI mataram ao menos 31 pessoas em ataque ao metrô e aeroporto de Bruxelas. Em novembro de 2022, um homem que constava em lista de muçulmanos radicais de uma agência de segurança local gritou "Allahu Akbar" ao esfaquear dois policiais.

Foi da capital belga, reconhecida como um local que abriga bolsões de radicalização islâmica na Europa, que saíram quatro dos 11 terroristas que cometeram os atentados em Paris que deixaram 130 mortos e 500 feridos em 2015. Um dos homens que explodiu bombas em trens em Madri, em 2004, também é da Bélgica.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.