Descrição de chapéu terrorismo guerra israel-hamas

EUA atacam instalações do Irã na Síria em reação a ofensivas contra suas bases

Quase 20 instalações americanas foram alvo de foguetes e drones de facções apoiadas por regime islâmico

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São Paulo

As Forças Armadas dos Estados Unidos atingiram nesta sexta-feira (27) duas instalações no leste da Síria supostamente utilizadas pela Guarda Revolucionária do Irã e por facções que o regime teocrático financia.

De acordo com um membro do Exército americano, a ofensiva ocorreu às 4h30 do horário local (22h30 da quinta-feira, no horário de Brasília) e utilizou dois jatos F-16 com munição de precisão. Seus alvos eram armazéns de armas e munições em uma região próxima a Abu Kamal, cidade síria quase na fronteira iraquiana.

Grupo de militares próximo a bandeira dos EUA
Soldados dos EUA em patrulha no nordeste da Síria - Delil Souleiman/AFP

O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, afirmou em nota que a operação buscava responder aos ataques de foguetes e drones que grupos bancados pelo Irã vêm lançando sobre bases dos EUA na Síria e no Iraque em meio à guerra Israel-Hamas. Segundo o Pentágono, houve 19 destes só nos últimos dez dias, responsáveis por ferimentos leves em 21 militares.

Austin buscou, no entanto, distanciar a operação desta sexta-feira do conflito na Faixa de Gaza. "Esses ataques de autodefesa, cuidadosamente planejados, buscam apenas proteger e defender cidadãos americanos", afirmou. "Eles são distintos dos enfrentamentos entre Israel e o Hamas em curso, e não representam uma mudança em nossa abordagem quanto a ele."

Os EUA mantêm 900 tropas na Síria e outras 2.500 no Iraque. Elas atuam em conjunto com forças locais para tentar impedir o ressurgimento do Estado Islâmico, que em 2014 chegou a dominar áreas consideráveis no Oriente Médio, mas depois foi derrotado. Um dos temores atuais da Casa Branca é que essas bases se tornem alvos de milícias apoiadas pelo Irã no momento em que Israel invadir Gaza por terra —possibilidade ao que tudo indica cada vez mais próxima.

Os EUA se preparam para a eventualidade, tendo enviado caças, aviões de ataque e dois grupos de porta-aviões para a região para dissuadir as ações e o envolvimento mais incisivo do Irã e da milícia libanesa Hezbollah na guerra.

O jornal The Wall Street Journal publicou que o governo americano chegou a pedir diretamente ao governo de Binyamin Netanyahu que adiasse sua ofensiva em Gaza para que o Pentágono reforçasse as defesas antimísseis de suas bases no Oriente Médio. Cerca de 12 sistemas já estariam prontos para envio não só para bases na Síria e no Iraque, como também para aquelas em países como Arábia Saudita, Jordânia, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.

Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou em um encontro com a imprensa que alertou o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que se o regime islâmico ou facções que ele apoia continuassem a avançar contra as suas tropas, seu Exército responderia. "Não tem nada a ver com Israel", afirmou o democrata na ocasião.

Um dia depois, John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, confirmou, também a jornalistas, a comunicação entre os dois líderes. Mas se recusou a explicar como o comunicado havia sido entregue, ou qual exatamente o seu teor. "Uma mensagem direta foi transmitida. É o máximo que vou dizer", declarou.

Com Reuters

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