Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Ao menos 1.500 integrantes do Hamas foram mortos após ataques, diz Israel

Porta-voz militar afirma que controle da fronteira foi 'mais ou menos restaurado' por forças de segurança

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Jerusalém | AFP

O Exército de Israel afirmou nesta terça-feira (10) que ao menos 1.500 integrantes do Hamas foram mortos no país após a série de ataques lançados pela facção no último sábado (7). O número não contabiliza as eventuais baixas do grupo na Faixa de Gaza, onde as forças israelenses mantêm bombardeios intensos.

Richard Hecht, porta-voz militar, afirmou que as forças de segurança de Israel haviam "mais ou menos restaurado o controle da fronteira" com Gaza. "Desde ontem [segunda] à noite, sabemos que ninguém entrou", mas "as infiltrações ainda podem ocorrer", disse.

Israel bombardeia Gaza após ataques do grupo terrorista Hamas
Israel bombardeia Gaza após ataques do grupo terrorista Hamas - Mohammed Abed/AFP

O Exército de Israel também "quase completou" a retirada de pessoas nas comunidades ao redor da fronteira, acrescentou Hecht. Na véspera, o governo do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou um "cerco total" à Faixa de Gaza e convocou um número recorde de 300 mil reservistas, o que foi visto como indicativo de uma possível invasão ao território palestino por terra, embora tal plano não tenha sido oficialmente confirmado.

Terroristas do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, lançaram no sábado uma ofensiva sem precedentes contra Israel que deixou mais de mil mortos –a maior parte das vítimas é de civis. Em resposta, as forças israelenses têm feito bombardeios diários contra alvos em Gaza, em ataques que mataram ao menos 830 pessoas. O número, segundo autoridades palestinas, também inclui civis.

Segundo o jornal israelense Times of Israel, mais quatro homens palestinos armados foram mortos nesta terça na região de Zikim, perto da fronteira com Gaza.

A defesa israelense disse que os ataques contra o enclave palestino na madrugada atingiram alvos militares, incluindo locais de armazenamento e fabricação de armas. Milhares de soldados israelenses foram posicionados próximos a Gaza, e o contra-almirante israelense Daniel Hagari afirmou que várias barreiras foram montadas para impedir a entrada ou saída do território.

Em comunicado, a ONU disse que o "cerco total" imposto à Gaza coloca em risco a vida de civis e é proibido pelo direito humanitário internacional. Volker Türk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, disse que a medida pode representar uma "punição coletiva", atingindo inocentes.

"[O cerco] pode agravar seriamente a já terrível situação humanitária e de direitos humanos em Gaza, incluindo a capacidade de funcionamento das instalações médicas" disse Türk.

Em apenas três dias, mais de 187 mil pessoas foram forçadas a se deslocar dentro da Faixa de Gaza, de acordo com os dados do gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários. Muitos dos desabrigados estão amontoados nas ruas ou nas escolas, segundo a organização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça a abertura de um corredor humanitário para o envio de material médico ao território —segundo a agência, ao menos 13 instalações de saúde em Gaza foram atingidas em ataques desde sábado.

No necrotério do hospital Khan Younis, em Gaza, os corpos foram enfileirados no chão, e os médicos pediram aos parentes das vítimas que os recolhessem rapidamente porque não havia mais espaço.

Türk disse estar chocado com a execução de civis. Também pediu que o Hamas liberte os reféns feitos durante a incursão a Israel. As Brigadas al-Qassam, braço armado do grupo, ameaçaram executar as vítimas sequestradas caso Tel Aviv prossiga com bombardeios contra edifícios residenciais em Gaza.

Mas as ameaças não impediram Israel de lançar novos ataques aéreos, e ao menos três jornalistas foram mortos após um míssil atingir um prédio residencial perto do porto pesqueiro em Gaza. No total, oito profissionais da imprensa palestinos já morreram desde sábado, segundo o Hamas.

Em Israel, o número de extremistas do Hamas mortos indica que a ofensiva foi ainda mais robusta do que as informações que haviam sido inicialmente divulgadas. Até então, o Exército israelense havia dito que mil homens armados tinham participado dos atentados.

Além dos combates em Gaza, a tensão também escalou ao norte, na fronteira de Israel com o Líbano, onde o Exército israelense disse ter matado nesta segunda "vários suspeitos armados" que tentavam invadir o país. O Hizbullah libanês afirmou que quatro de seus membros foram mortos. Em resposta, o grupo extremista disse ter destruído dois quartéis israelenses.

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