Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Netanyahu diz que futuro de Israel está em jogo ao assumir governo de emergência com oposição

Para premiê, que forma gabinete de guerra com opositor Benny Gantz, Hamas é pior que Estado Islâmico

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Boa Vista e São Paulo

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta quarta-feira (11) que o Hamas é pior do que o Estado Islâmico, ao comentar o governo de união nacional criado com apoio da oposição após a ofensiva do grupo terrorista iniciada no sábado (7). Ele também disse que o "destino da nação está em jogo" no atual conflito.

Em pronunciamento ao lado de Netanyahu, o líder do partido Unidade Nacional, Benny Gantz, ex-ministro da Defesa, hoje na oposição, afirmou que o Hamas será "aniquilado" e reforçou a comparação com o Estado Islâmico, também chamado de Daesh. "Hamas, o Daesh de Gaza, será apagado da face da terra. Não há situação em que crianças israelenses são assassinadas e seguimos a vida."

Premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em Jerusalém no fim de setembro
O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, em Jerusalém no fim de setembro - Abir Sultan - 27.set.23/AFP

Tom semelhante foi usado pelo atual ministro da Defesa, Yoav Gallant, que chamou o ataque do grupo palestino de "o pior ataque terrorista que o mundo já viu" e evocou o tema central da fundação do Estado de Israel ao comentar a ofensiva. "Essa é uma barbaridade que não víamos desde o Holocausto".

O Estado Islâmico emergiu na Síria e no Iraque nos anos 2010 e implantou um reino de terror, com decapitações de sequestrados e atrocidades contra civis, até ser controlado por meio de ataques múltiplos do Ocidente, da Turquia e da Rússia.

O apelo em tom convocatório dos líderes ocorre após o acordo fechado entre Netanyahu e a oposição para criação de um governo de emergência e um gabinete de guerra, anunciados em declaração conjunta do premiê e Gantz nesta quarta-feira (11). A gestão de emergência será válida até o fim da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

Segundo o jornal The Times of Israel, o ex-premiê Yair Lapid, um dos principais líderes da oposição, foi um dos primeiros a mencionar publicamente a possibilidade de um governo de união nacional, mas não fará parte da nova composição —Netanyahu e Gantz disseram que um "lugar seria reservado" para ele no gabinete de guerra.

De acordo com o jornal, Lapid teria exigido que Netanyahu excluísse os ministros extremistas de direita Bezalel Smotrich (Finanças) e Itamar Ben Gvir (Segurança Pública), algo que teria sido negado pelo premiê.

O pacto entre os dois adversários rompe com a oposição ferrenha que Gantz e outras forças políticas de Israel faziam ao governo do primeiro-ministro até a eclosão do conflito, em especial desde que Netanyahu, reconduzido ao cargo no início do ano com a coalizão mais à direita da história de Israel, colocou em movimento planos para reformar o sistema judiciário.

Críticos da proposta alertam para a ameaça à democracia do país que o texto significa, ao minar contrapesos institucionais ao Executivo —mesmo aliados históricos de Tel Aviv, como os Estados Unidos, não veem com bons olhos a reforma. Milhares foram às ruas durante meses contra a proposta.

De todo modo, a nova situação de crise no país também prontificou o reforço dos laços entre Israel e Estados Unidos. Depois de conversar ao menos três vezes com o presidente americano, Joe Biden, pelo telefone, desde a ofensiva do Hamas, Netanyahu recebeu nesta quarta-feira a primeira leva de armas vindas de Washington.

Biden prometeu reforçar o apoio militar a Israel após cerca de 1.500 extremistas do Hamas invadirem o território israelense por ar e terra, matarem mais de 1.200 pessoas e deixarem outras 2.700 feridas desde o último o último sábado (7), em um ataque sem precedentes em cinco décadas no país. A retaliação ao Hamas na Faixa de Gaza matou até o fim da tarde desta quarta ao menos 1.100 palestinos e feriu 5.339.

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