Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Chefe da diplomacia da UE diz que ação de Israel em Gaza viola direito internacional

Ministros das Relações Exteriores de Israel e da Autoridade Palestina foram convidados para reunião, mas se recusaram a se encontrar

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Reuters

O chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, acusou o governo de Israel nesta terça-feira (10) de violar o direito internacional ao impor um bloqueio total a Gaza em resposta ao ataque do grupo militante palestino Hamas em Israel.

Após uma reunião de emergência para discutir as repercussões do ataque, Borrell também disse que uma "maioria esmagadora" dos ministros das Relações Exteriores da UE apoiou a continuação dos pagamentos de ajuda à Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia.

Chanceler da União Europeia, Josep Borrell, participa de reunião informal de chefes de Estado ou de governo europeus, em Granada - Juan Medina - 6.out.23/Reuters

Borrell fez sua declaração um dia depois que o Comissário Europeu Oliver Varhelyi, um diplomata húngaro, disse que toda a ajuda ao desenvolvimento da UE para os palestinos estava suspensa —apenas para a Comissão negar o anúncio após uma reação negativa dos governos da UE.

O espanhol havia convidado os ministros das Relações Exteriores de Israel e da Palestina para participar por videoconferência da reunião em Mascate, capital de Omã. Mas o chanceler israelense, Eli Cohen, não queria participar de uma reunião na qual também estaria o ministro da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki. Assim, nenhum dos dois compareceu.

Borrell repetiu a condenação da UE aos ataques do Hamas que mataram mais de mil israelenses, a maioria civis.

Mas ele disse que a resposta de Israel —que até agora matou pelo menos 830 habitantes de Gaza, segundo autoridades locais— deve estar de acordo com o direito humanitário internacional e que a decisão de impor um bloqueio total a Gaza contraria esse padrão.

"Israel tem o direito de se defender, mas isso deve ser feito de acordo com o direito internacional, o direito humanitário, e algumas decisões são contrárias ao direito internacional", disse.

Borrell mencionou que as Nações Unidas haviam afirmado que "cortar água, cortar eletricidade, cortar alimentos para um grande número de pessoas civis é contra o direito internacional".

Israel criticou a declaração da ONU, acusando o chefe de direitos humanos do órgão mundial de não condenar o Hamas como terroristas.

Borrell enfatizou que a UE não coopera com o Hamas, que governa Gaza e que o bloco descreve como uma organização terrorista. Mas ele disse que é vital que a UE continue a fornecer ajuda para ajudar os civis palestinos por meio da Autoridade Palestina.

"Uma punição coletiva contra todos os palestinos será injusta e improdutiva", disse ele.

A UE, composta por 27 países, afirma ser o maior fornecedor de assistência externa aos palestinos.

No ano passado, ela doou cerca de € 283 milhões para apoiar a Autoridade Palestina e a principal agência da ONU para refugiados palestinos e outros projetos, de acordo com a Comissão Europeia.

Mas a UE tem profundas divisões de longa data sobre o conflito israelo-palestino, que se tornaram evidentes na reação ao anúncio breve da suspensão da ajuda por Varhelyi, cujo governo nacional é um aliado próximo de Israel.

Um porta-voz da Comissão Europeia disse na terça-feira que Varhelyi não havia consultado seus colegas comissários, incluindo a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

Vários governos da UE criticaram abertamente o anúncio e outros o fizeram nos bastidores, disseram diplomatas. A Comissão então disse que revisaria a ajuda para garantir que nenhum fundo esteja indo para terroristas, mas os pagamentos continuariam enquanto isso.

O ministro das Relações Exteriores interino da Espanha, Jose Manuel Albares, disse que os territórios palestinos provavelmente precisarão de mais ajuda após o ataque do Hamas e o subsequente bombardeio de Gaza por Israel.

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